Guerra de Troia
A Guerra de Troia foi um conflito envolvendo gregos e troianos que teria ocorrido por volta dos séculos XIII e XII a.C. O poeta grego Homero narrou parte da guerra em seu livro Ilíada, e ela se tornou um dos mais conhecidos episódios da história grega e de sua mitologia. Por conta disso, especialistas em Antiguidade discutem se de fato ela aconteceu.
Os gregos derrotaram os troianos após colocarem em ação o plano de Odisseu, um importante soldado grego, de enviar um cavalo de madeira de presente para Troia. O presente foi aceito, mas, no seu interior, havia inúmeros soldados gregos, que destruíram a cidade.
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Resumo sobre a Guerra de Troia
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Foi um conflito entre gregos e troianos, entre os séculos XIII e XII a.C.
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O poeta grego Homero escreveu sobre a guerra em seu livro Ilíada.
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O príncipe troiano Páris sequestrou Helena, bela esposa do rei espartano Menelau, e a levou para Troia, provocando uma reação militar grega e dando início à guerra.
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O soldado grego Odisseu sugeriu o envio de um cavalo de madeira para os troianos como presente, mas, no seu interior, tinham vários soldados gregos, que destruíram a cidade.
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Especialistas em Antiguidade estudam se, de fato, a guerra aconteceu e se existem resquícios históricos da cidade de Troia.
O que foi a Guerra de Troia?
A Guerra de Troia foi um conflito militar envolvendo gregos e troianos entre os séculos XIII e XII a.C. De acordo com o poeta grego Homero, que narrou sobre a guerra em seu livro Ilíada, o motivo dela havia sido o rapto de Helena, a bela esposa do rei espartano Menelau, por Páris, príncipe troiano. Agamenon, irmão de Menelau, rei de Micenas, organizou seu exército para invadir Troia e resgatar Helena, trazendo-a de volta para a Grécia.
Guerra de Troia na mitologia grega
A mitologia grega também relatava o conflito entre gregos e troianos, mas trazendo em seu enredo os deuses do Olimpo como personagens. As deusas Hera, Afrodite e Atena disputavam entre si quem era a mais justa. Zeus, o rei dos deuses gregos, decidiu que Páris, príncipe troiano, escolheria qual delas era a mais justa. Ele escolheu Afrodite, a deusa do amor, que, em troca, fez com que Helena, bela esposa de Menelau, rei de Esparta, se apaixonasse por ele.
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Aquiles na Guerra de Troia
Herói grego, Aquiles era considerado o melhor soldado da Grécia. Segundo a mitologia, seu corpo se tornou invulnerável, após um banho no rio Estige. Como seu calcanhar não adentrou nas águas do rio, foi a única parte que ficou vulnerável. Por isso, a causa de sua morte se deu por uma flecha envenenada que atingiu seu calcanhar. A expressão “calcanhar de Aquiles”, referindo-se à fraqueza de alguém, se deve à mitologia grega.
Ele participou da Guerra de Troia atendendo a um pedido de Odisseu. Conhecido por sua força e habilidade no combate, a presença de Aquiles poderia elevar a motivação dos soldados gregos. No começo da guerra, os gregos obtiveram importantes vitórias sobre os troianos, mas a sorte mudou de lugar quando Aquiles e Agamenon se desentenderam por conta da partilha dos despojos da guerra. O herói combatente abandonou o conflito e Troia começou a reverter a situação.
Pátroclo, amigo de Aquiles, pegou a sua armadura e foi para o campo de batalhar lutar contra os troianos. Ele foi morto por Heitor, príncipe de Troia. Aquiles decidiu voltar para a guerra e vingar a morte do amigo. Ele venceu o duelo travado contra Heitor. Mesmo com essa importante vitória, os gregos não conseguiram invadir Troia.
Cavalo de Troia
O Cavalo de Troia se tornou o principal símbolo da guerra entre gregos e troianos. A dificuldade da Grécia em derrotar Troia fez com que se investisse em algo inusitado para despistar os soldados troianos e atacá-los de surpresa. Troia era cercada por uma grande muralha, que ajudava os troianos a atacarem os gregos pelo alto e os impedia de invadir a cidade.
Odisseu, soldado grego, sugeriu que fosse construído um cavalo de madeira e dado de presente aos troianos como forma de acordo de paz. No interior, vários soldados gregos sairiam dali para atacar a cidade assim que o cavalo de madeira transpassasse a muralha e adentrasse em Troia.
À noite, os soldados gregos saíram do interior do cavalo e atacaram de surpresa os troianos, que não tiveram condições de reagir. A cidade foi incendiada e destruída, decretando assim o fim da guerra com a vitória dos gregos.
De acordo com a mitologia, Enéas conseguiu fugir de Troia antes da sua destruição e se dirigiu até a península Itálica, fundando a cidade de Roma. Sua história está contada no livro Eneida, um dos clássicos da literatura grega.
O êxito do Cavalo de Troia transpassou a mitologia grega e alcançou a cultura popular. Comumente se denomina “presente de grego” algum produto recebido por alguém que não foi entregue conforme o pedido, apresentando vários defeitos de fabricação. Outra referência ao cavalo é a denominação que se deu a um vírus de computador.
Quem venceu a Guerra de Troia?
A resistência de Troia às investidas da Grécia tornou o conflito intenso. A muralha que circundava a cidade dificultou o acesso dos soldados gregos ao seu interior. Por isso, o Cavalo de Troia foi importante para decretar a vitória grega sobre os troianos, já que os soldados que estavam no interior do cavalo puderam atacar o inimigo no interior de sua cidade e em um momento que não estavam aguardando nenhum combate.
A Guerra de Troia realmente existiu?
Durante muito tempo, pesquisadores estudaram a Guerra de Troia e procuraram elementos históricos que comprovassem a existência da cidade e se, de fato, a guerra entre gregos e troianos existiu ou se foi apenas uma parte integrante da mitologia grega.
Durante o século XVIII, denominado “século das luzes” e auge do iluminismo, o pensamento racional se sobrepôs ao pensamento mítico e às crenças religiosas. Inúmeros estudiosos deram início aos estudos sobre a mitologia com o objetivo de comprovar sua veracidade ou não. Naquele período, encontraram na Turquia, mais especificamente na península de Anatólia, o que seriam resquícios históricos de Troia. Porém ainda não se chegou a um consenso se o achado corresponde de fato à cidade.
O arqueólogo alemão Heinrich Schliemann liderou a escavação na região de Anatólia em busca da cidade que foi palco da guerra entre gregos e troianos. Com a conquista da região por vários impérios e com a destruição das cidades dominadas, acredita-se que a reconstrução se deu acima dos resquícios da que fora destruída. Os arqueólogos estudam essas camadas dos terrenos que foram postos acima, por isso que as escavações são importantes para identificar o período em que as construções foram feitas.
Os gregos antigos acreditavam na veracidade da Guerra de Troia. O historiador grego Tucídides afirmou que, apesar dos exageros relatados por Homero, de fato, gregos e troianos entraram em confronto por 10 anos, entre os séculos XIII e XII a.C. As escavações feitas a partir do século XVIII apontam para a existência de Troia bem como do conflito.
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Ilíada e Odisseia
Homero era um poeta grego e contou a fase inicial da história da Grécia Antiga em suas obras Ilíada e Odisseia. Além de relatar conflitos, como o da Guerra de Troia, Homero descreveu a sociedade grega, a influência dos deuses em suas ações, e se tornou importante fonte histórica para os primeiros estudos sobre a história grega. Por conta disso, o primeiro período da Grécia Antiga se chama Homérico em sua homenagem.
A Ilíada relata a ida dos gregos a Troia com o objetivo de resgatar Helena, sequestrada por Páris. Homero descreveu a guerra, a dificuldade dos gregos em transpassar o imenso e resistente muro que protegia os troianos, e a interferência dos deuses no combate.
Em Odisseia, o poeta narrou a volta dos gregos para a sua terra, e a obra tem como protagonista Odisseu, guerreiro grego que teve a ideia do cavalo de madeira. Ele voltava para a Grécia na esperança de reencontrar sua esposa Penélope. O nome a obra se refere ao nome do herói em grego. Em Roma, seu nome era Ulisses.