Júlio Verne

 Júlio Verne, escritor francês, nasceu em 8 de fevereiro de 1828, em Nantes. Formado em Direito, nunca exerceu a profissão, pois escolheu se dedicar à literatura. Seu sucesso como escritor chegou em 1863, quando publicou o livro Cinco semanas em um balão. Em seguida, escreveu outros grandes sucessos, antes de falecer em 24 de março de 1905.

Em suas obras, Verne, em meio às aventuras de seus personagens, expõe conceitos científicos da época. Além disso, cria realidades futuristas, com a presença de máquinas voadoras, por exemplo. Dessa forma, une literatura e ciência, e constrói as bases da ficção científica.

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Biografia de Júlio Verne

Júlio Verne, em 1892.

Júlio Verne (ou Jules Verne) nasceu em 8 de fevereiro de 1828, em Nantes, na França. Estudou nos seminários Saint-Donatien e Petit, além do colégio Saint-Stanislas e do Liceu Real de Nantes. Desse modo, teve uma formação clássica, com estudos de grego e latim. Em seu tempo no liceu, escreveu seus primeiros textos literários.

Em 1846, apaixonado por sua prima Caroline, teve sua primeira desilusão amorosa, pois ela acabou se tornando noiva de outro rapaz. O escritor ficou ainda mais triste quando seu irmão Paul realizou o sonho de ambos e se tornou marinheiro. Para o escritor, só restava agora obedecer ao pai e fazer faculdade de Direito.

Um ano depois, o jovem autor chegou a Paris para fazer seu primeiro exame de ingresso na universidade e, também, para tentar esquecer a mulher amada. Mais tarde, como estudante, começou a frequentar a vida boêmia parisiense, além de ficar amigo do escritor Alexandre Dumas (1802-1870). Em 6 de agosto de 1850, obteve a licenciatura em Direito, mas, para desgosto do pai, decidiu não exercer a profissão.

Sem a ajuda do pai, Verne passou por grandes dificuldades financeiras em Paris, enquanto tentava se firmar como escritor, mas recebeu a ajuda de Alexandre Dumas Filho (1824-1895) e se tornou secretário do Teatro Lírico. Mais tarde, em 1857, ele se casou com Honorine de Viane (1831-1910) e, para sustentar a família, começou a trabalhar como corretor da Bolsa de Valores.

No ano de 1861, apesar de o autor ter perdido seu interesse por Honorine e viver em um casamento sem amor, nasceu seu único filho — Michel Verne. Dois anos depois, em 1863, Júlio Verne publicou seu livro Cinco semanas em um balão, com o qual obteve grande sucesso. A partir daí, pôde se dedicar exclusivamente à literatura e alcançou fama mundial com suas obras, antes de morrer em 24 de março de 1905, em Amiens, na França.

Além de escrever, Verne viveu outras aventuras. Em 1867, ele cruzou o Atlântico e conheceu Nova Iorque. Três anos depois, recebeu condecoração da Legião de Honra da França. Já em 1873, esteve a bordo de um balão por meia hora. Seis anos depois, viajou com o filho para a Escócia. Em 1888, foi eleito vereador de Amiens.

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Características das obras de Júlio Verne

Júlio Verne escreveu livros de ficção científica direcionados aos jovens do século XIX. No entanto, eles conquistaram também leitoras e leitores do século XX e XXI, pois estão sempre repletos de aventuras fantásticas. Nessas obras, é possível observar que o autor sofreu influências do positivismo, já que os relatos são amparados em conceitos científicos da época.

Assim, alguns de seus personagens possuem conhecimentos sobre biologia, geografia, geologia e paleontologia. Além disso, algumas obras possuem um caráter futurista, já que apresentam tecnologias ainda não inventadas na época, como máquinas voadoras.

Como outras obras do gênero, é notável o encantamento do narrador diante das coisas extraordinárias que a ciência pode criar, mas também a reflexão em torno do mau uso desse conhecimento. No entanto, o caráter de diversão e fantasia na obra de Verne sobressai à reflexão.

Obras de Júlio Verne

Capa do livro Viagem ao centro da Terra, de Júlio Verne, publicado pela editora L&PM.[1]
  • Cinco semanas em um balão (1863)

  • Paris no século XX (1863)

  • O capitão Háteras (1864)

  • Viagem ao centro da Terra (1864)

  • Da Terra à Lua (1865)

  • Os filhos do capitão Grant (1866)

  • À volta da Lua (1869)

  • Vinte mil léguas submarinas (1870)

  • Os conquistadores (1870)

  • Uma cidade flutuante (1871)

  • Três russos e três ingleses (1872)

  • A volta ao mundo em oitenta dias (1872)

  • A ilha misteriosa (1874)

  • Miguel Strogoff (1876)

  • Um drama no México (1876)

  • As Índias negras (1877)

  • Heitor Servadac (1877)

  • Um capitão de quinze anos (1878)

  • História das grandes viagens e dos grandes viajantes (1878)

  • As atribulações de um chinês na China (1879)

  • Os quinhentos milhões da Begum (1879)

  • A jangada (1880)

  • A casa a vapor (1880)

  • A escola dos Robinsons (1882)

  • O raio verde (1882)

  • Dez horas de casa (1882)

  • O arquipélago em chamas (1883)

  • Kerabán, o teimoso (1883)

  • A estrela do Sul (1884)

  • Um bilhete de loteria (1885)

  • Matias Sandorf (1885)

  • O náufrago do Cynthia (1885)

  • Robur, o conquistador (1886)

  • Norte contra Sul (1887)

  • O caminho da França (1887)

  • Dois anos de férias (1888)

  • Família sem nome (1889)

  • A esposa do capitão Branican (1891)

  • A esfinge dos gelos (1895)

  • O soberbo Orenoco (1898)

  • A aldeia aérea (1901)

  • O senhor do mundo (1904)

  • A invasão do mar (1905)

  • Os náufragos do Jonathan (1909)

  • O segredo de Wilhelm Storitz (1910)

  • O eterno Adão (1910)

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Viagem ao centro da Terra

Júlio Verne escreveu muitos livros de sucesso, e um deles é Viagem ao centro da Terra. Nessa obra, o professor Otto Lidenbrock e seu jovem sobrinho Axel empreendem uma viagem ao centro da Terra. A história se passa na segunda metade do século XIX e tem início na Alemanha, onde moram os dois protagonistas.

Assim, após Lidenbrock encontrar um misterioso pergaminho e decifrar seus caracteres, descobre que alguém já esteve no centro da Terra. O autor da mensagem no pergaminho é Arne Saknussemm, um alquimista islandês que viveu no século XVI. Essa mensagem revela que há uma entrada para o centro da Terra no vulcão Sneffels, na Islândia.

Os dois exploradores viajam para a Islândia e se juntam ao guia Hans Bjelke, que, com eles, viverá grandes aventuras. A passagem dentro da montanha é dificultosa, mas, após superarem essa etapa, acabam encontrando um maravilhoso mundo embaixo da terra, onde, incrivelmente, há luz natural, nuvens e um oceano. Há, também, alguns animais pré-históricos.

Ali os três aventureiros vão viver incríveis experiências. Desse modo, conseguem percorrer grande distância, pois entraram em um vulcão na Islândia para sair em outro na Itália. Ao todo, segundo o narrador, foram percorridas mais de 1200 léguas. Ao voltarem à Alemanha, tio e sobrinho ficam muito famosos.

A história de suas aventuras é publicada e traduzida “para todas as línguas”, segundo o narrador, e obtém a atenção tanto dos crédulos quanto dos incrédulos. Otto Lidenbrock alcança, assim, a glória como cientista. Já Axel se casa com sua amada, Grauben, afilhada de Lindenbrock.

Frases de Júlio Verne

A seguir, vamos ler algumas frases de Júlio Verne, extraídas dos livros Os náufragos do Jonathan, Miguel Strogoff, Da Terra à Lua e A volta ao mundo em oitenta dias:

  • “Desde que seja uma questão de destruir, todas as ambições são facilmente combinadas.”

  • “Deus teria posto água em nossas veias e não sangue, se nos quisesse sempre imperturbáveis!”

  • “Nada pode surpreender um americano.”

  • “Deixe-me apresentá-lo ao meu inimigo íntimo...”

  • “Os passaportes são usados apenas para embaraçar pessoas honestas e encorajar a fuga de patifes.”

  • “Se o francês é ‘todo olhos’, o inglês é ‘todo ouvidos’.”

Crédito da imagem

[1] L&PM (reprodução) 

Publicado por Warley Souza
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