Milton Hatoum

Milton Hatoum é um escritor brasileiro. Suas obras fazem parte da literatura contemporânea. Um de seus livros mais famosos é o romance “Relato de um certo Oriente”.

Capa do livro “A noite de espera”, de Milton Hatoum, publicado pela editora Companhia das Letras. [1]

Milton Hatoum nasceu em 19 de agosto de 1952, em Manaus, no Amazonas. Fez faculdade de arquitetura, estudou literatura na França, foi professor universitário, além de ser colunista do jornal O Estado de S. Paulo. O autor também ganhou vários prêmios literários, tais como o Jabuti.

O romancista é autor de romances como Relato de um certo Oriente. Suas obras, pertencentes à literatura contemporânea, são caracterizadas pelo teor memorialístico, elementos regionais e hibridismo cultural. Além disso, é recorrente a presença de personagens melancólicos.

Resumo sobre Milton Hatoum

O escritor brasileiro Milton Hatoum nasceu em 1952.
Além de ser romancista, ele também foi professor universitário.
Suas obras fazem parte da literatura contemporânea brasileira.
Suas narrativas possuem caráter memorialístico e elementos regionais.
Um de seus romances mais famosos é Relato de um certo Oriente.

Biografia de Milton Hatoum

Milton Hatoum nasceu em 19 de agosto de 1952, em Manaus, no estado do Amazonas. Em 1967, foi morar em Brasília. Lá, estudou no Colégio de Aplicação da UnB (Universidade de Brasília). Mais tarde, morou na cidade de São Paulo, onde, nos anos 1970, fez faculdade de arquitetura na Universidade de São Paulo (USP).

Também foi jornalista e professor universitário de História da Arquitetura. Mas, em 1980, deixou o Brasil para estudar na Espanha. Em seguida, se mudou para a França, onde estudou literatura na Sorbonne durante três anos. De volta à sua terra natal, em 1984, passou a lecionar literatura francesa na Universidade Federal do Amazonas até 1998.

No ano de 1989, publicou seu primeiro romance, Relato de um certo Oriente, obra vencedora do Prêmio Jabuti. Já em 1996, atuou como professor visitante na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Voltou a morar em São Paulo no ano de 1998. Em 2001, ganhou o Prêmio Jabuti pelo seu romance Dois irmãos e, em 2006, pelo romance Cinzas do Norte, que também ganhou o Prêmio Portugal Telecom.

O livro ainda recebeu o Grande Prêmio da Crítica da APCA, o Prêmio Bravo! e o Prêmio Livro do Ano da CBL. Além disso, em 2008, Milton Hatoum recebeu a Ordem do Mérito Cultural. No ano seguinte, ganhou outro Jabuti pelo seu livro Órfãos do Eldorado. Atualmente, é colunista do jornal O Estado de S. Paulo.

Características das obras de Milton Hatoum

As obras de Milton Hatoum fazem parte da literatura contemporânea brasileira. Elas apresentam as seguintes características:

caráter memorialístico;
monólogo interior;
hibridismo cultural;
melancolia;
questão da imigração;
fragmentação do texto;
crítica social;
regionalismo;
temática da alteridade;
busca identitária;
resgate do passado;
dualismo;
angústia existencial.

Veja também: Conceição Evaristo — escritora cujos textos trazem experiências de marginalidade

Obras de Milton Hatoum

Relato de um certo Oriente (1989)
Dois irmãos (2000)
Cinzas do Norte (2005)
Órfãos do Eldorado (2008)
A cidade ilhada (2009)
Um solitário à espreita (2013)
A noite da espera (2017)
Pontos de fuga (2019)

→ Relato de um certo Oriente

Capa do livro “Relato de um certo Oriente”, de Milton Hatoum, publicado pela editora Companhia das Letras. [2]

Sendo o livro de estreia do autor, Relato de um certo Oriente impressiona por sua estrutura narrativa. Ele utiliza mais de um narrador para contar a história, que se passa em Manaus.

Muitos anos depois de partir dessa cidade, uma mulher volta à terra natal e redescobre o seu passado e suas origens. Emilie, sua mãe adotiva, morre. O irmão da narradora, também adotivo, vive na Espanha. Ao escrever para ele, a carta se transforma em um relato, que resgata a história familiar. Desse modo, a narradora volta à sua infância e, principalmente, deixa em evidência a presença dominante de Emilie naquela família.

É importante destacar que, para resgatar a história de Emilie e de seus antepassados libaneses, cinco narradores-personagens são empregados:

a narradora principal;
Hakim, filho de Emilie;
Dorner, um imigrante alemão;
o marido de Emilie;
Hindié, amiga de Emilie.

O relato aborda o conflito cultural entre Emilie e seu marido, por questões morais e religiosas. Ela é católica, mas o marido é muçulmano. Além disso, os filhos do casal, tão diferentes uns dos outros, ajudam a compor a diversidade familiar. Nesse esforço da memória, tenta-se unir o passado e o presente, em busca de uma identidade.