Pâncreas
O pâncreas é uma glândula responsável pela secreção de suco pancreático e também pela produção de dois hormônios: a insulina e o glucagon. O suco pancreático é lançado no intestino delgado, onde participa do processo de digestão de carboidratos, lipídios e proteínas.
Já a insulina e o glucagon são lançados diretamente na corrente sanguínea e atuam no metabolismo da glicose, mantendo-a em níveis ideais no sangue. Por possuir uma porção endócrina e uma porção exócrina, o pâncreas é chamado de glândula mista.
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Resumo sobre o pâncreas
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O pâncreas é uma glândula mista.
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Participa do processo de digestão dos alimentos, uma vez que produz o chamado suco pancreático, o qual possui enzimas que atuam na digestão de lipídios, carboidratos e proteínas.
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Também se relaciona com o metabolismo da glicose, sendo responsável pela produção dos hormônios insulina e glucagon.
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Problemas na secreção ou ação da insulina levam ao desenvolvimento de uma doença conhecida como diabetes mellitus.
Características do pâncreas
É uma glândula localizada sob o estômago que se destaca por ser a glândula anexa mais volumosa do sistema digestório depois do fígado. Pesa cerca de 100 g e mede cerca de 15 cm em um indivíduo adulto. O pâncreas pode ser dividido em três partes:
- Cabeça: extremidade dilatada localizada à direita.
- Corpo: disposto transversalmente.
- Cauda: extremidade esquerda, que se caracteriza por ser afilada e se situar próximo ao baço.
Função do pâncreas
O pâncreas é uma glândula mista, ou seja, apresenta uma porção endócrina e uma porção exócrina. Possui a função de produzir algumas importantes substâncias:
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A porção endócrina é responsável por produzir insulina e glucagon.
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A porção exócrina é responsável por produzir suco pancreático.
A insulina e o glucagon são hormônios relacionados com o metabolismo da glicose, enquanto o suco pancreático, que é liberado no interior do intestino, apresenta enzimas que participam do processo de digestão dos alimentos.
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Suco pancreático
O suco pancreático é uma solução alcalina rica em bicarbonato e enzimas digestivas produzida pelo pâncreas. Essa solução é produzida nessa glândula, porém atua no intestino delgado, o qual recebe a secreção via ducto pancreático.
As enzimas que compõem o suco pancreático são produzidas pelos ácinos pancreáticos, que são as unidades morfofuncionais do pâncreas exócrino. O bicarbonato, por sua vez, é produzido pelas células dos ductos que se originam nos ácinos.
O bicarbonato presente no suco pancreático apresenta a função de neutralizar a acidez do quimo (o bolo alimentar misturado à solução), enquanto as enzimas presentes atuam na digestão de três grupos de alimento: carboidratos, lipídios e proteínas. Algumas das enzimas presentes no suco pancreático são:
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Tripsina e quimiotripsina: atuam na digestão de proteínas.
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Amilase pancreática: atua na digestão de carboidratos.
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Lipase pancreática: atua na digestão de gorduras.
O pâncreas aumenta a secreção de suco pancreático quando o quimo chega às porções superiores do intestino delgado. Ao chegar a essa região, o duodeno (porção inicial do intestino delgado) inicia a secreção de um hormônio chamado de secretina, que estimula a ação do pâncreas. Outro hormônio relacionado à secreção do suco pancreático é a colescistocina.
Além disso, a secreção pancreática também é controlada pela parte parassimpática da divisão autônoma do sistema nervoso, uma vez que ao nos alimentarmos, vários são os fatores que geram impulsos nervosos que promovem o funcionamento do pâncreas, como a chegada do bolo alimentar ao estômago. Vale salientar ainda que, até certo ponto, a composição do quimo pode determinar as características do suco pancreático.
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Insulina e glucagon
Insulina e glucagon são dois hormônios produzidos pelo pâncreas. Esses dois hormônios são sintetizados por células que formam as chamadas ilhotas pancreáticas ou ilhotas de Lagerhans. Em cada ilhota é possível perceber a presença de células alfa e beta. As células alfa secretam glucagon, enquanto as células beta secretam insulina. Após sintetizados, os hormônios são lançados diretamente na corrente sanguínea.
Tanto a insulina quanto o glucagon estão relacionados ao metabolismo da glicose, porém atuam de maneira contrária. Enquanto a insulina promove a redução do nível de glicose no sangue, o glucagon atua garantindo seu aumento.
Quando o nível de glicose aumenta em nosso sangue acima da faixa normal, a insulina atua promovendo o aumento do transporte de glicose para as células do corpo a fim de que ela possa ser utilizada na realização de diferentes atividades celulares.
Além disso, estimula o fígado a armazenar glicose na forma de glicogênio (polissacarídio de reserva). Quando os níveis de glicose na corrente sanguínea caem, observamos a ação do glucagon. Esse hormônio promove a decomposição do glicogênio presente no fígado e a liberação de glicose para o sangue.
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Diabetes mellitus
Diabetes mellitus é uma doença que se caracteriza por promover um quadro de hiperglicemia, ou seja, ela é responsável por provocar a elevação dos níveis de glicose no sangue. A hiperglicemia pode ocorrer como consequência de problemas relacionados à secreção de insulina no organismo ou devido a uma redução da resposta ao hormônio em tecidos-alvo. Como vimos anteriormente, a insulina está relacionada à redução dos níveis de glicose no sangue, e problemas com esse hormônio causam o acúmulo de glicose.
Existem dois tipos principais de diabetes, o tipo 1 e o tipo 2:
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O diabetes tipo 1 é um problema autoimune, ou seja, as células do próprio sistema imunológico atacam o organismo. Nesse caso, o sistema imune destrói as células beta do pâncreas, provocando deficiência de insulina.
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O diabetes tipo 2, por sua vez, é caracterizado pela incapacidade das células-alvo de responderem normalmente à insulina. Nesses casos, a insulina é produzida normalmente pelas células beta.