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Polígono das Secas

O Polígono das Secas é uma região geográfica definida e delimitada pela legislação brasileira, sendo marcado pela ocorrência do fenômeno da seca. Ele está localizado na região Nordeste e Sudeste do Brasil, abrangendo áreas de nove estados. É caracterizado, no geral, pelo baixo regime de chuvas e pela aridez do solo. Desse modo, predominam-se as altas temperaturas, baixa umidade e pouca nebulosidade.

O clima dessa região é o semiárido, e a vegetação é a Caatinga. A importância da criação do Polígono das Secas está atrelada ao papel do Estado em criar políticas públicas de desenvolvimento econômico e social para a região, mediante o cenário natural de seca enfrentado pela população local.

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O que é o Polígono das Secas?

A paisagem típica do Polígono das Secas é formada por um solo seco e árido, assim como por uma vegetação esparsa e um céu sem nebulosidade.
A paisagem típica do Polígono das Secas é formada por um solo seco e árido, assim como por uma vegetação esparsa e um céu sem nebulosidade.

O Polígono das Secas é uma região geográfica localizada no Nordeste e no extremo norte da região Sudeste do Brasil. O marco legal da criação dessa área surgiu em 1946 e foi oficialmente instituído em 1968, por meio da Lei 63.778, decretada pelo governo brasileiro.

A delimitação da área de abrangência dessa região também possui amparo legal, e a classificação dos municípios que fazem parte dela é realizada pela União. Essa classificação está atrelada aos aspectos físicos da paisagem, com destaque para a baixa pluviosidade anual e o alto índice de aridez do solo. Sendo assim, é uma região geográfica tradicionalmente caracterizada pela ocorrência do fenômeno da seca. Na atualidade, o Polígono das Secas possui uma área aproximada de 1.108.000 quilômetros quadrados, compreendendo 1.348 municípios, pertencentes a nove estados brasileiros.

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Principais características do Polígono das Secas

A principal característica do Polígono das Secas é a ocorrência do fenômeno da seca. Esse fenômeno é típico de regiões de clima semiárido e está diretamente relacionado ao regime pluviométrico, caracterizado pelo baixo volume de chuvas.

A localização geográfica do Polígono das Secas indica uma área de alta pressão, caracterizada pela baixa atração de ventos, assim como pela repulsão de massas de ar carregadas com umidade. Sendo assim, nessa região do Brasil, chove menos de 800 milímetros em média por ano. Essa característica reflete-se em um solo extremamente seco e árido, no padrão fluvial formado por rios intermitentes e na ocorrência de altas temperaturas e pouca nebulosidade.

A vegetação do Polígono das Secas é a Caatinga, tipo vegetacional que ocorre em áreas de clima semiárido. As plantas desse bioma possuem várias adaptações naturais de resistência à seca, como a presença de muitos espinhos e poucas folhas, além de mecanismos de reserva de água.

A vegetação de Caatinga é altamente adaptada ao clima semiárido, por meio de estruturas como caules grossos e com espinhos.
A vegetação de Caatinga é altamente adaptada ao clima semiárido, por meio de estruturas como caules grossos e com espinhos.

Já do ponto de vista socioeconômico, tradicionalmente, o Polígono das Secas é uma região repulsora de população, ou seja, muitos emigrantes saem dessa zona em busca de melhores condições de vida em outras regiões do Brasil. A ocorrência da seca é o principal fator repulsor, uma vez que o clima semiárido dificulta a implementação de diversas atividades produtivas. Além disso, a ausência de políticas públicas de geração de renda também culminam na saída de moradores da região.

A economia do Polígono das Secas encontra-se, no geral, estagnada e é baseada na pecuária extensiva e na agricultura de subsistência. Esse cenário resulta em um quadro social complexo. O Polígono das Secas é uma das regiões mais pobres do Brasil, especialmente nas suas porções mais interioranas. Além disso, apresenta indicadores sociais preocupantes, com baixos índices de acesso à educação, saúde e saneamento básico.

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Estados que fazem parte do Polígono das Secas

O Polígono das Secas está localizado nos estados de:

Importância do Polígono das Secas

A importância do Polígono das Secas está atrelada ao papel do poder público em legislar a favor da implementação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento da região. A criação dessa área e sua delimitação estão legalmente amparadas. Desse modo, há uma tentativa do poder estatal em coordenar ações de fomento para a região, em especial do ponto de vista econômico. Esse cenário é resultante da preocupação governamental com as características físicas e sociais da área, considerada uma das menos desenvolvidas do Brasil.

O investimento no desenvolvimento do Polígono das Secas pode resultar em ações como:

  • melhoria do acesso à água;
  • incentivo à produção agrícola;
  • fixação das populações locais;
  • maior geração de renda para as comunidades.

Além disso, outro elemento importante é a questão ambiental, já que a região vivenciou um forte processo de desmatamento ao longo da sua ocupação. Sendo assim, a ação governamental nessa área pode resultar em promoção de projetos de reflorestamento de espécies da Caatinga, preservação de animais silvestres e incentivo às atividades agroflorestais.

A falta de acesso à água é um dos principais problemas sociais enfrentados pela população do Polígono das Secas.
A falta de acesso à água é um dos principais problemas sociais enfrentados pela população do Polígono das Secas.

Exercícios resolvidos

Questão 1 – (UEFS 2015) Estende-se por uma estreita faixa norte-sul, desde o Rio Grande do Norte até a Bahia. Em seu interior, é possível distinguir duas áreas distintas: uma porção úmida e outra bem mais seca. Parte dessa zona é planáltica, beneficiando-se de temperaturas amenas. Predominam as pequenas propriedades e a combinação de culturas de alimentos com a pequena criação de animais. O texto se refere à zona

A) da Mata Nordestina.

B) do Sertão Nordestino.

C) do Agreste Nordestino.

D) do Meio Norte.

E) do Polígono das secas.

Resolução

Alternativa E. O enunciado da questão apresenta a diversidade geográfica interna do Polígono das Secas. Essa região geográfica é caracterizada pelo clima quente e seco, mas a ação do relevo por meio da presença de planaltos interfere na dinâmica climática dos locais de maior altitude.

Questão 2 – (UFTM 2010) Leia o texto.

Apesar de a irrigação ser necessária e urgente, não se deve esquecer que, fora das margens dos dois rios perenes (São Francisco e Parnaíba), só se pode irrigar menos de 1% dos 118 milhões de hectares do Polígono das Secas. É preciso, portanto, ao lado da irrigação, desenvolver uma tecnologia apropriada ao aproveitamento das áreas secas marginais. A utilização de plantas e animais resistentes à seca, nas terras não irrigadas, é uma exigência para o desenvolvimento harmônico da região.

Fonte: Benedito Vasconcelos Mendes. Plantas e animais para o Nordeste.

Com base nos conhecimentos sobre a região Nordeste e o problema da seca e analisando o conteúdo do texto, pode-se inferir que

A) a construção de grandes barragens, como as existentes no rio São Francisco, é necessária para tornar perenes os rios do Polígono das Secas, permitindo sua utilização por meio da irrigação.

B) a seca afeta uma pequena parte do sertão semiárido, pois a maior parte das terras sertanejas faz parte das bacias dos rios Parnaíba e São Francisco.

C) grandes projetos, como a transposição do rio São Francisco, possuem um alcance restrito, pois as redes de canais terão abrangência limitada, em relação à extensão do Polígono das Secas.

D) a pecuária é a atividade mais adequada para as áreas do sertão semiárido distantes das fontes hídricas, pois utiliza pouca água e não necessita de irrigação.

E) o principal entrave para o desenvolvimento econômico do sertão nordestino é a falta de água, pois as únicas áreas economicamente viáveis são as margens dos rios perenes.

Resolução

Alternativa C. A ação do Estado no Polígono das Secas está amparada pela legislação e resulta em projetos como a transposição do rio São Francisco. Porém, essa é uma ação pontual e, devido à sua pequena área de abrangência, não gera grandes impactos na resolução da questão da seca em toda a região Nordeste.

Publicado por Mateus Campos

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