Regência do verbo chamar
Observando os enunciados abaixo:
(1) Ele disse que chamaria a polícia para proteção dos torcedores.
(2) A professora chamou-lhe de inteligente.
Percebemos que eles possuem o mesmo verbo. No entanto, é notório que, em cada oração, esse verbo apresenta significado diferente e, por isso, pede complementos também diferentes. Em (1), o verbo chamar é transitivo direto, tem o sentido de “convocar”, “mandar vir” e necessita de um objeto direto que lhe complemente. Já em (2), o verbo é transitivo indireto, possui o significado de “qualificar” e necessita de um objeto indireto e um predicativo para complementar seu sentido.
Diante dessas análises, podemos inferir que o contexto no qual se insere determinará a regência do verbo chamar, podendo ter os seguintes significados:
a) Quando o verbo chamar possui o sentido de “fazer vir”, “convocar”, é transitivo direto e usa-se com objeto direto:
Exemplo:
Tocou a campainha chamando o síndico.
b) Quando o verbo chamar possui o sentido de “invocar”, é transitivo indireto e pede objeto indireto encabeçado pela preposição “por”:
Exemplo:
Chamaram pelo diretor.
c) Quando o verbo “chamar” possui o sentido de “qualificar”, “apelidar”, “dar nome” constrói-se:
- com objeto direto + predicativo:
Chamei-o mentiroso.
- com objeto direto + predicativo (precedido da preposição de):
Chamaram-na de florzinha.
- com objeto indireto + predicativo:
Não lhe chamam Mariquinha?
- com objeto indireto + predicativo (acompanhado da preposição de):
A professora chamou-lhe de inteligente.