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Juscelino Kubitschek

Juscelino Kubitschek, também conhecido como JK, foi um importante político brasileiro. Foi presidente do Brasil de 1956 a 1961 e o responsável pela construção de Brasília.
Juscelino Kubitschek foi um importante político de Minas Gerais e presidente do Brasil, de 1956 a 1961.[1]
Juscelino Kubitschek foi um importante político de Minas Gerais e presidente do Brasil, de 1956 a 1961.[1]

Juscelino Kubitschek, formado médico, foi um dos políticos mais importantes do Brasil no século XX. Teve uma carreira política meteórica, sendo prefeito de Belo Horizonte, governador de Minas Gerais e presidente do Brasil. Foi responsável por um projeto de industrialização acelerada do país e idealizou a construção de Brasília, inaugurando-a em 1960.

Acesse também: Tancredo Neves, figura política importante na redemocratização do Brasil

Resumo sobre Juscelino Kubitschek

  • Nasceu em Diamantina, em 1902.

  • Ficou órfão aos dois anos de idade e foi criado pela mãe, uma professora primária.

  • Formou-se médico e ingressou na política na década de 1930.

  • Ocupou diferentes cargos na política, como deputado federal, prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas Gerais.

  • Foi presidente do Brasil, entre 1956 a 1961, e inaugurou Brasília durante o seu governo.

Videoaula sobre Juscelino Kubitschek

Nascimento e juventude de Juscelino Kubitschek

Juscelino Kubitschek de Oliveira nasceu em 12 de setembro de 1902, sendo originário de Diamantina, em Minas Gerais. Era filho de João de César de Oliveira e Júlia Kubitschek, possuindo uma irmã chamada Maria Conceição. Sua família tinha origem humilde, sendo seu pai um homem que havia trabalhado em diferentes profissões ao longo da vida.

Sua mãe se tornou a mantenedora da família depois que seu pai faleceu quando ele tinha apenas dois anos de idade. Ela era professora primária, e o salário que recebia não era muito. Ainda assim, ela conseguiu que o filho tivesse acesso a uma boa educação primária.

Ela garantiu desconto nos estudos dele, e, com isso, matriculou-o em um seminário diocesano. Entretanto, Juscelino não desejava seguir a carreira religiosa e abandonou o seminário assim que finalizou os estudos básicos. Seu sonho de vida era seguir a carreira profissional de médico.

Ele alcançou esse feito quando conseguiu ser aprovado em todas as disciplinas do ginásio e quando passou no vestibular para ingressar na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte. Isso só foi possível devido ao emprego como telegrafista que ele havia conquistado na capital mineira. Foi essa função que sustentou seus estudos. O ingresso de JK na Medicina aconteceu em 1922.

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Juscelino Kubitschek na política

O ingresso de Juscelino Kubitschek na política aconteceu em meados da década de 1930. Depois que se graduou, em 1927, ele trabalhou um tempo como médico e especializou-se em urologia, chegando a realizar estudos em Paris. Enquanto atuava como médico, foi conhecendo pessoas influentes e prosperando financeiramente.

Os contatos que ele fez nessa época resultaram na sua entrada na política, pois, depois da Revolução de 1930, Benedito Valadares convidou-o a se tornar chefe do Gabinete Civil de Minas Gerais. Kubitschek optou por deixar sua carreira médica de lado e aceitou o cargo, marcando sua entrada na política brasileira.

Depois disso, procurou um partido político para filiar-se e ingressou no Partido Progressista de Minas Gerais. Em 1935, ele foi empossado como deputado federal por Minas Gerais após ter sido eleito, e permaneceu na função até 1937, ano em que o Congresso Nacional foi fechado por conta do golpe do Estado Novo — evento que marcou o início da ditadura de Vargas.

Com o início da ditadura do Estado Novo, Juscelino Kubitschek se afastou temporariamente da política e voltou a trabalhar com a medicina. Seu retorno à política aconteceu em 1940, quando ele assumiu a prefeitura de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, o que aconteceu por indicação de Benedito Valadares, interventor do estado.

Ele não queria a função, mas, mesmo assim, foi nomeado, e se manteve nela até 1945, conciliando seu tempo com a medicina. A democratização do Brasil, a partir do final de 1945, permitiu que Kubitschek se tornasse uma importante figura da política brasileira, como veremos.

Acesse também: Itamar Franco, político de Minas Gerais que chegou à presidência

  • República de 1946

A destituição de Getúlio Vargas, realizada pelos militares, em 1945, deu início ao primeiro período democrático de nossa história. Esse período, entretanto, teve vida curta e foi encerrado pelo Golpe de 1964. Ainda assim, JK assumiu importantes posições na política brasileira e projetou-se como um dos políticos mais influentes desse período.

Juscelino Kubitschek foi um dos fundadores do Partido Social Democrático (PSD), o maior partido político do Brasil nesse período. Entre 1945 e 1950, Kubitschek ocupou o cargo de deputado federal por Minas Gerais, e, em 1950, disputou o governo de Minas Gerais contra Gabriel Passos, candidato da União Democrática Nacional (UDN).

Juscelino Kubitschek foi governador de Minas Gerais de 1951 a 1955, e, durante o seu governo, colocou em prática sua política desenvolvimentista, isto é, JK defendia uma política econômica que visava ao desenvolvimento econômico, priorizando o investimento no crescimento industrial.

Ele era um dos quadros mais relevantes do PSD a nível nacional, e o seu tempo como governador o gabaritou como candidato de seu partido à presidência da república. Assim, abandonou o governo estadual, no começo de 1955, para disputar a eleição presidencial de 1955. Seus dois principais oponentes foram Juarez Távora (UDN) e Adhemar de Barros (Partido Social Progressista - PSP).

A eleição presidencial de 1955 aconteceu em um forte cenário de crise política, uma vez que a UDN e políticos conservadores, como Carlos Lacerda, queriam adiá-la para impedir que políticos ligados a Getúlio Vargas ganhassem a disputa. Lacerda, inclusive, foi um forte defensor de um golpe militar.

Nesse cenário, Juscelino Kubitschek se sobressaiu e venceu a eleição obtendo cerca de 36% dos votos. Apesar de sua vitória, sua posse foi ameaçada por Carlos Lacerda, que queria impedi-la por meio de um golpe militar. A situação só foi resolvida quando o ministro da Guerra, Henrique Teixeira Lott, interveio.

Acesse também: Golpe Preventivo de 1955, o contragolpe que garantiu a posse de JK

Governo JK

 Foto de cima da esplanada dos ministérios e do Congresso Nacional em Brasília.
A construção da nova capital do Brasil, Brasília, e sua inauguração, em 1960, foi um dos grandes feitos do governo de JK.[2]

Juscelino Kubitschek foi presidente do Brasil de 1956 a 1961 e ficou marcado na história brasileira como um dos maiores incentivadores da industrialização do país. Como mencionado, JK era um desenvolvimentista e acreditava que o desenvolvimento econômico do país passava pelo fortalecimento da indústria nacional.

As duas grandes marcas de seu governo foram o Plano de Metas, um programa de desenvolvimento econômico, e a construção da nova capital, Brasília. O Plano de Metas foi o programa econômico que o governo JK desenvolveu, e nele foram estabelecidas 31 metas, que deveriam ser cumpridas nos cinco anos de mandato.

As metas desse plano se inseriam dentro de cinco grandes áreas prioritárias: energia, transporte, indústria de base, alimentação e educação. Entre elas, as três primeiras receberam grande parte dos investimentos. A quantidade de dinheiro gasta pelo governo foi enorme, e estradas foram construídas pelo país, assim como a produção de energia elétrica e a capacidade da indústria de base aumentaram significativamente.

Entretanto, o governo de JK deixou algumas consequências graves, como o crescimento da inflação em decorrência dos altos gastos. Esse governo, ainda, mostrou-se incapaz de resolver gargalos que o país enfrentava em áreas como o campo e a educação, e contribuiu abertamente para o acirramento das suas desigualdades sociais.

Por fim, o último grande projeto do governo de Juscelino Kubitschek foi a transferência da capital do Brasil para o Planalto Central. Essa proposta era cogitada na nossa política desde o século XIX, mas foi JK quem a transformou em promessa política. A construção de Brasília foi um empreendimento faraônico e gastou uma quantia de dinheiro até hoje desconhecida. A fundação da nova capital aconteceu em 21 de abril de 1960.

  • Videoaula sobre governo JK

Últimos anos de Juscelino Kubitschek

Depois de ter saído da presidência, Kubitschek não conseguiu eleger um sucessor para a presidência e viu a UDN eleger Jânio Quadros. Ele seguiu com sua trajetória política como senador por Goiás e fez parte do Senado quando o Golpe Civil-Militar de 1964 aconteceu. JK foi um dos que consentiu com o golpe militar e parlamentar que João Goulart sofreu.

Votou a favor da eleição indireta do marechal Humberto Castello Branco e viu a repressão dos militares se voltar contra ele. Ainda em 1964, ele se exilou do Brasil porque os militares cassaram seus direitos políticos por 10 anos. Em 1967 retornou ao Brasil para fazer parte da Frente Ampla, movimento que defendia a redemocratização do país.

A proibição da Frente Ampla e a radicalização da ditadura, a partir de 1968, fizeram Kubitschek abandonar permanentemente a política. Passou a atuar no ramo empresarial, e, em 22 de agosto de 1976, faleceu em um acidente de carro. Ainda hoje, existem aqueles que defendem que o acidente foi causado por agentes da ditadura, mas não existem provas concretas disso.

Créditos das imagens

[1] FGV/CPDOC

[2] Brastock e Shutterstock

Publicado por Daniel Neves Silva

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