Afeganistão

O Afeganistão, localizado na Ásia, mais precisamente no Oriente Médio, é uma das regiões mais conflituosas do globo e uma das nações mais pobres de todo o planeta.
Bandeira do Afeganistão

O Afeganistão é um país da Ásia Central, localizado na conflituosa região do Oriente Médio, sendo uma nação predominantemente islâmica. A história do Afeganistão está vinculada às sucessivas invasões de forças militares estrangeiras no país, como as soviéticas e as estadunidenses.

 Esse país possui um clima desértico e registra baixíssimos índices de chuva. A sua população é formada por grupos étnicos diversos. Por sua vez, a economia afegã é muito deficiente, baseada quase em sua totalidade nas atividades primárias. Já a infraestrutura local foi fortemente danificada pelos conflitos militares ocorridos no país. República islâmica, o país exprime em sua cultura as características do islamismo, como nas vestimentas e nos costumes. 

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Resumo

  • A Grã-Bretanha ocupou o Afeganistão entre os séculos XIX e XX. Em 1919, o Afeganistão conquistou a sua independência dos britânicos.

  • Em 1979, o Afeganistão foi invadido por forças militares da União Soviética, que apoiavam o governo central afegão em disputas políticas locais.

  • Já em 2001, os Estados Unidos invadiram o Afeganistão, como uma resposta aos atentados terroristas sofridos pelos estadunidenses no mesmo ano.

  • A geografia do Afeganistão é caracterizada pelo relevo montanhoso, pelo clima desértico e pela escassez de espécies vegetais de grande porte.

  • O Afeganistão possui aproximadamente 32 milhões de habitantes, e a maior parte da população local vive nas zonas rurais do país.

  • A economia afegã foi praticamente destruída pelos conflitos ocorridos no país. O setor primário, baseado na agricultura de subsistência, é o principal dessa nação.

  • A influência da religião islâmica é muito forte no país, em especial nos aspectos culturais, já que quase a totalidade dos afegãos pratica o islã.

Dados gerais do Afeganistão

  • Nome oficial: República Islâmica do Afeganistão.

  • Gentílico: afegão.

  • Extensão territorial: 652.090 quilômetros quadrados.

  • Localização: Ásia Central.

  • Capital: Cabul.

  • Clima: desértico.

  • Governo: república islâmica.

  • Idioma: pastó e dari.

  • Religiões: 99% (islamismo), 1% (outras).

  • População: 32.225.560 habitantes.

  • Densidade demográfica: 46 habitantes/quilômetro quadrado.

  • Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,511 (baixo).

  • Moeda: afegane.

  • Produto Interno Bruto (PIB): US$ 61,689 bilhões de dólares.

  • PIB per capita: US$ 1.917 dólares.

  • Fuso horário: UTC +4:30.

  • Relações exteriores: Organização das Nações Unidas (ONU).

  • Divisão administrativa: 34 províncias, sendo elas:

Badakhshan

Jozjan

Paktia

Badghis

Cabul

Paktika

Baghlan

Candaar

Panjshir

Balkh

Kapisa

Parwan

Bamiã

Khost

Samangan

Daikondi

Konar

Sar-i Pol

Farah

Konduz

Takhar

Fariab

Laghman

Uruzgan

Ghazni

Logar

Vardak

Ghowr

Nangarhar

Zabol

Helmand

Nimroz

 

Herat

Nurestão

 

História do Afeganistão

O território atual do Afeganistão tem um histórico de ocupação milenar, já que a região é considerada um ponto estratégico, em especial para o estabelecimento de rotas comerciais entre Ocidente e Oriente. Sendo assim, muitos exploradores, como persas, macedônios, turcos e mogóis, ocuparam trechos do país ao longo dos períodos históricos.

A população local vivia de atividades de subsistência e os povos estrangeiros exploravam basicamente atividades relacionadas ao comércio. Os árabes também povoaram a região, sendo os responsáveis pelo estabelecimento da religião islâmica no país.

O período moderno do Afeganistão teve início no século XIX, por meio da invasão do Império Britânico. A Grã-Bretanha ocupou a região até meados do século XX, mais precisamente em 1919, quando o Afeganistão conquistou a sua independência. Em um primeiro momento pós-independência, foi instituída uma monarquia no país, sendo substituída por um regime republicano, já no ano de 1973. Nesse período, o Afeganistão vivenciou um momento de relativa prosperidade econômica e social.

Em 1978, o Afeganistão vivenciou sua primeira grande instabilidade política após a independência, em razão da deflagração de uma guerra civil entre a população local. A União Soviética, em 1979, interveio no conflito, em apoio ao governo central do Afeganistão, invadindo o território afegão. As tropas soviéticas deixaram o país somente em 1989. Essa saída deixou um vácuo de poder no cenário político do Afeganistão, que foi ocupado por meio da ascensão de grupos extremistas, em especial o Talibã.

As forças talibãs, a partir do domínio do poder no cenário político do Afeganistão, nos anos 1990, instituíram um governo central baseado na aplicação de rígidos códigos legais baseados no islamismo. Por sua vez, com o apoio do Talibã, o Afeganistão tornou-se um dos principais centros de formação de extremistas islâmicos. Tal conjuntura levou os Estados Unidos, no contexto da Guerra ao Terror, a invadir o Afeganistão em 2001. A invasão foi um desdobramento dos ataques terroristas que ocorreram no território estadunidense no mesmo ano.

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Geografia do Afeganistão

O Afeganistão está localizado na Ásia Central, em uma região também conhecida como Oriente Médio, que reúne um conjunto de países islâmicos. O país faz fronteira com:

  • Irã;

  • Paquistão;

  • Turcomenistão;

  • Uzbequistão;

  • Tadjiquistão; e

  • China.

O relevo do Afeganistão é extremamente montanhoso, marcado por regiões de grandes altitudes e zonas tectonicamente instáveis. O ponto mais alto do Afeganistão é o Noshaq, que possui cerca de 7.492 metros de altitude. A maior cordilheira do país é a de Hindu Kush, localizada na porção nordeste afegã, região onde os tremores de terra são recorrentes.

O clima e a vegetação do Afeganistão são desérticos. Dessa maneira, as condições climáticas do país são marcadas pela escassez de chuvas ao longo do ano. O país é considerado um dos climaticamente mais secos do globo. A ocorrência diminuta de chuvas dificulta o desenvolvimento de vegetação arbustiva e arbórea, predominando formações vegetais de gramíneas. O principal deserto do Afeganistão é o Rigestão. Já o principal rio do país é o Amu Daria, maior fonte de abastecimento de água para a população local.

Mapa do Afeganistão

Demografia do Afeganistão

A população do Afeganistão é próxima de 32 milhões de habitantes. O país possui taxas elevadas de crescimento vegetativo; porém, o índice de mortalidade infantil também é elevado, enquanto a expectativa de vida é considerada muito baixa. Ademais, o Afeganistão é um dos principais centros de repulsão de população, em razão de questões políticas e econômicas. A maior parte dos emigrantes afegãos procura estabelecer-se em países do Oriente Médio e da Europa.

Em termos de constituição da população, a maior parte dos afegãos tem descendência de povos da Ásia Central, como pachtuns, hazaras, tajiques e uzbeques. Em termos religiosos, quase a totalidade da população do país pratica o islamismo, religião que rege os costumes locais. O país possui dois idiomas oficiais, pastó e dari, além de vários dialetos falados pela população local.

A maior cidade do país é a capital, Cabul, uma grande aglomeração urbana, com cerca de 3,5 milhões de habitantes. Porém, a maior parte da população afegã vive em áreas rurais.

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Economia do Afeganistão

O Afeganistão é economicamente um dos países mais pobres do globo. A economia do país foi destroçada pelos conflitos bélicos vivenciados pela população local nas últimas décadas. Dessa maneira, o país possui uma estruturação econômica muito deficitária.

O principal setor econômico do Afeganistão é o primário, baseado na agricultura de subsistência, principalmente na produção de gêneros alimentícios, como arroz, trigo, cevada e milho. Além disso, é comum no país o cultivo de papoulas. O ramo minerário é inexplorado, porém o Afeganistão possui reservas de combustíveis fósseis, como gás natural, além de diversos minerais.

Por sua vez, o setor secundário é praticamente inexistente e está baseado em indústrias de pequeno porte, notadamente alimentícia, têxtil e de beneficiamento de produtos primários. Já no setor terciário, predominam-se a esfera pública e o comércio, esse último praticado nas cidades por meio de feiras e pequenas lojas. O Afeganistão não possui atividades turísticas estruturadas e o setor de serviços é restrito à pequena parte da população local.

Infraestrutura do Afeganistão

Em razão dos longos anos de conflito bélico e das sucessivas invasões de forças estrangeiras, o Afeganistão possui uma infraestrutura deficitária, grande parte destruída pelos embates militares ocorridos no país. O principal modal de transporte do Afeganistão é o rodoviário, que inclui pistas simples para ligar as principais cidades da nação. A ligação do país com o exterior é feita, prioritariamente, por meio do Aeroporto Internacional de Cabul. No Afeganistão existem vários aeroportos, mas a grande maioria é utilizada apenas para fins militares.

Já em relação à energia, o país é abastecido por usinas hidrelétricas, mas a ocorrência de apagões é comum. O acesso à água potável é restrito, e as redes de esgoto são praticamente inexistentes no país.

Por sua vez, no que toca ao acesso de serviços para a população, houve, nos últimos anos, alguns progressos, como a expansão da rede de saúde pública e também o crescimento do ensino superior. Além disso, as matrículas de meninas nas instituições de ensino, que era extremamente restrita no país, aumentou consideravelmente

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Governo do Afeganistão

A forma atual de organização do governo central afegão é a republicana. O processo de organização governamental do Afeganistão, após a queda do regime Talibã por meio da invasão militar capitaneada pelos Estados Unidos, foi iniciado em 2004, a partir de eleições diretas para presidente. A eleição de 2004 foi a primeira no país após cerca de 40 anos e representou, portanto, um importante passo para a estrutura democrática afegã.

O processo foi acompanhado por organismos internacionais e apoiado pelo governo estadunidense. Desde então, o país vivencia eleições diretas para presidente e cargos representativos. A última eleição ocorreu em 2019, sendo o quarto processo eleitoral desde a redemocratização do país. Porém, o Afeganistão ainda é um país politicamente instável, em especial devido à atuação de forças remanescentes do Talibã, que, junto com outras organizações terroristas, dominam parte do interior do país. Além disso, o Afeganistão ainda possui um sistema governamental muito corrupto e marcado por perseguições políticas e violações de Direitos Humanos.

A população afegã conviveu nas últimas décadas com várias invasões militares externas e distúrbios políticos internos. [1]

Cultura do Afeganistão

O povo afegão tem um passado histórico e artístico muito rico e diversificado. Porém, ao longo dos conflitos bélicos vivenciados pelo país, muitos registros culturais, assim como vários monumentos históricos, foram perdidos em razão dos referidos conflitos.

O Afeganistão também tem uma grande tradição na literatura, em especial na poesia, já que recitais poéticos são realizados nas principais cidades do país de forma rotineira. Na atualidade, a cultura do país é fortemente influenciada pelo islamismo, como nas vestimentas, caracterizadas por cobrir a maior parte do corpo, principalmente nas mulheres.

A culinária local é baseada em alimentos como o trigo e o arroz, que são utilizados na confecção de pães e sopas. A uva é a fruta mais consumida pelos afegãos. Já no esporte, o futebol é muito admirado, principalmente pelos mais jovens, mas há outras práticas esportivas no país, como o xadrez.

Curiosidades do Afeganistão

  • O nome do Afeganistão significa “terra dos afegãos”, ou seja, remete aos indivíduos que formam a população do país, em especial os pachtuns, principal vertente étnica afegã.

  • O Ano-Novo no Afeganistão, chamado de Nawroz, é comemorado no dia 21 de março, seguindo os ritos festivos baseados na religião islâmica.

  • O Afeganistão, em meados de 1950, tinha uma sociedade muito aberta e democrática, totalmente diferente dos dias atuais. As mulheres podiam usar até minissaias!

  • O Afeganistão vivenciou muitas perdas humanas e econômicas por meio de duas invasões estrangeiras: União Soviética (1979) e Estados Unidos (2001).

  • O Talibã, regime extremista que dominou o país em meados dos anos 1990, destruiu grande parte dos monumentos históricos locais, como os Budas de Bamyian, detonados em 2001, sendo considerados até então as maiores estátuas de Buda do mundo.

  • O Afeganistão é um dos maiores produtores mundiais de papoula, planta utilizada na composição de drogas como o ópio.

Crédito da imagem

[1] timsimages.uk / Shutterstock.com    

Publicado por Mateus Campos
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