Papiro
Papiro eram folhas produzidas pelos egípcios na Antiguidade, utilizadas como superfície para a escrita. A produção dessas folhas era realizada utilizando hastes do papiro, uma planta aquática muito comum no Egito e encontrada nas margens e no delta do Nilo. A planta papiro era utilizada, ainda, na fabricação de vários outros itens.
O processo de fabricação das folhas de papiro era minucioso e dependia de trabalhadores com boas habilidades manuais. O papiro produzido pelos egípcios era largamente consumido por gregos e romanos. No Egito, era utilizado principalmente para registro de textos religiosos e governamentais.
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Resumo sobre papiro
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O papiro era uma superfície produzida e utilizada para registro de textos.
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Foi uma das superfícies destinadas para a escrita mais comuns da Antiguidade.
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Os egípcios produziam o papiro por meio de uma planta também chamada de papiro.
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O papiro foi muito consumido na Grécia e em Roma, mas nesses locais sua conservação era dificultada pela umidade.
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Foi gradativamente substituído pelo pergaminho.
Papiro egípcio
Neste texto, falaremos sobre o papiro egípcio, isto é, as folhas produzidas pelos egípcios na Antiguidade e que eram usadas para a escrita. As folhas de papiro foram uma das superfícies para escrita mais utilizadas na Idade Antiga e só perderam espaço para o pergaminho, quando este começou a se popularizar no começo da Idade Média.
Entretanto, o papiro, antes de ser uma superfície usada para o registro de textos pelos egípcios, é uma planta conhecida como Cyperus papyrus, comumente chamada também de papiro. Trata-se de uma planta aquática que crescia em regiões pantanosas e alagadiças e que era bastante comum nas margens do rio Nilo e na região do seu delta.
O papiro era uma planta de grande importância para o Egito, pois era considerada sagrada e tinha um forte significado religioso e político. Ademais, o papiro era utilizado na fabricação de inúmeros itens de grande importância. Além das folhas usadas na escrita, o papiro era utilizado como alimento e dele eram fabricadas também sandálias, pequenos barcos, cestas etc.
A utilização do papiro para a fabricação das folhas se tornou o uso mais conhecido dessa planta, principalmente porque, como mencionado, o papiro foi uma das superfícies mais usadas para a escrita na Antiguidade. A importância do papiro é tamanha que os egípcios possuíam fazendas em que a planta papiro era cultivada.
Fabricação do papiro
O nome que usamos para fazer referência à planta e às folhas produzidas dessa planta foi dado pelos gregos. O termo “papiro” é uma derivação de papuro, palavra na antiga língua egípcia que era usada para tratar de coisas relacionadas com a realeza e o faraó. Essa associação foi realizada pelos gregos porque eles identificaram que as plantas de papiro, seu cultivo e a produção das folhas eram rigidamente controlados pelo governo egípcio.
As folhas de papiro organizadas em rolos eram chamadas pelos egípcios de djema, e a planta era chamada de djet, tjufi ou wadj. Acredita-se que o papiro começou a ser cultivado pelos egípcios no período Pré-Dinástico (que se estendeu de 6000 a.C. a 3500 a.C.), provavelmente no quarto milênio a.C.
A fabricação das folhas de papiro requeria o trabalho de pessoas com boas habilidades manuais, que conseguissem manusear a planta papiro sem destruí-la. Isso porque a fabricação das folhas de papiro era feita utilizando as hastes da planta. Esse processo se iniciava com a retirada do caule verde que formava a parte externa da haste do papiro.
Depois, eram cortadas tiras muito finas das hastes e colocadas umas ao lado das outras para formar uma pequena superfície. Em seguida, aplicava-se óleo, e uma segunda camada de tiras era adicionada, mas em uma posição diferente (a primeira camada, na vertical, e a segunda, na horizontal).
Em seguida, as tiras eram prensadas e colocadas para secar sob o Sol. A secagem encerrava o processo de produção do papiro, e a partir daí ele já poderia ser encaminhado para a utilização. Existiam, naturalmente, tipos diferentes de folhas de papiro, com qualidades distintas, e era comum que sua produção fosse realizada em conjuntos de 20 páginas para formar um pequeno rolo.
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Utilização do papiro
Assim que eram fabricadas, as folhas de papiro no Egito tinham os seguintes destinos: templos religiosos, prédios do governo, mercados (para serem adquiridas por pessoas comuns) ou então eram encaminhadas para exportação, pois o papiro era largamente utilizado por gregos e romanos, por exemplo.
O uso do papiro tinha algumas restrições. Primeiramente, ele era considerado uma mercadoria cara, portanto no Egito Antigo somente indivíduos com boa condição financeira tinham acesso a esse item. Além disso, o armazenamento do papiro era um problema. Em locais com maior umidade, como a Grécia, era comum que as folhas de papiro fossem atacadas por bolor.
Com isso, a preservação dos rolos de papiro era dificultosa nesses locais. No caso do Egito, o clima seco contribuía para garantir maior preservação dos rolos e folhas de papiro. Existem, inclusive, alguns rolos egípcios que sobreviveram à ação do tempo. No Egito, era comum que o papiro fosse usado para registrar textos religiosos, como hinos e rituais mágicos, e também textos do governo. Havia também o uso pessoal das folhas de papiro, como em cartas, textos literários etc.