Grandes Navegações

Grandes Navegações foram expedições marítimas lançadas pioneiramente por Portugal no século XV. Foram responsáveis pela chegada dos europeus à América.
A caravela foi uma das grandes inovações que contribuíram para o sucesso das Grandes Navegações.

Grandes Navegações é o nome que se deu para as expedições de exploração do oceano que aconteceram a partir do século XV. Portugal foi o país que se lançou pioneiramente nessa empreitada, e a conquista de Ceuta, em 1415, é considerada o início das navegações portuguesas. No caso espanhol, o grande feito foi a expedição que chegou à América, em 1492.

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Quem liderou as Grandes Navegações?

As Grandes Navegações iniciaram-se no século XV e estenderam-se ao longo do século seguinte, com progressiva exploração do oceano. Essas navegações marítimas só foram possíveis porque, no século XV, havia um acúmulo de conhecimento náutico e novas tecnologias haviam aprimorado o ofício da navegação.

Portugal é considerado o país pioneiro nessa exploração do oceano Atlântico por uma série de fatores que envolvem economia, política, geografia e até mesmo a própria sociedade portuguesa. Isso possibilitou que Portugal explorasse o Atlântico, descobrindo novas rotas e estabelecendo novas relações comerciais.

Primeiramente, Portugal tinha estabilidade política desde o final do século XIV. Isso foi resultado da Revolução de Avis, um conflito que aconteceu entre 1383 e 1385 e que foi responsável pela ascensão da dinastia de Avis ao trono português. Esse acontecimento conseguiu estabilizar a política portuguesa, permitindo que o país incentivasse o seu desenvolvimento econômico.

Outro fator importante era que Portugal tinha seu território já consolidado, isto é, não estava em litígios territoriais, como era o caso da Espanha, que, ainda no século XV, travava conflitos com os mouros no sul da Península Ibérica. A consolidação do território português remonta ao século XIII, quando os mouros foram derrotados na região do Algarve.

Economicamente, Portugal era um importante centro que recebia comerciantes de diversas partes da Europa. A cidade de Lisboa, inclusive, era o grande centro de comércio de Portugal, principalmente porque comerciantes genoveses tinham investido para que o comércio lisboeta se desenvolvesse. Com as explorações, a economia portuguesa buscava obter, principalmente, especiarias e ouro.

Na questão geográfica, podemos mencionar que todo o litoral português era voltado para o oceano Atlântico e a posição geográfica do país colocava-o próximo de correntes marítimas importantes, tornando a navegação mais fácil. Por fim, na questão social, a exploração atlântica era incentivada por todo o país e era entendida como oportunidade de prosperar financeiramente por diferentes camadas daquela sociedade.

Navegações portuguesas

Em 1500, a expedição de Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil para investigar as possibilidades que os portugueses teriam na América.[1]

Considera-se que o as grandes navegações portuguesas foram iniciadas em 1415, quando os portugueses, durante o reinado de d. João I, conquistaram Ceuta, no norte do continente africano. A conquista de Ceuta era parte dos interesses portugueses, que queriam alcançar o ouro árabe e também manter contato com o reino mítico de Preste João, a fim de guerrear contra os muçulmanos.

Depois de Ceuta, uma série de outras expedições oceânicas foram realizadas, e a prioridade portuguesa foi a de explorar a costa do continente africano. Isso porque os portugueses desejavam encontrar, por meio da costa africana, uma rota que os permitisse alcançar as Índias. Esse desejo foi reforçado em 1453, quando Constantinopla foi conquistada pelos otomanos e o acesso às especiarias ficou limitado.

As especiarias eram mercadorias importantes na Europa porque ajudavam na conservação dos alimentos e melhoravam o gosto, sobretudo, das carnes. Também eram utilizadas na elaboração de cosméticos e na produção de medicamentos e eram uma mercadoria de altíssima lucratividade.

Durante as expedições que exploravam a costa africana, os portugueses chegaram a locais onde nunca haviam estado. Em 1420, chegaram a Madeira; em 1427, a Açores; em 1460, às ilhas de Cabo Verde; e, em 1471, chegaram a São Tomé. No entanto, não apenas de “descobertas” de locais foram feitas as Grandes Navegações.

Em 1434, um marco importante aconteceu: o contorno do Cabo do Bojador. Esse cabo fica atualmente próximo do litoral da Saara Ocidental e é marcado por uma série de corais pontiagudos e por bancos de areia e locais de baixa profundidade. O lugar era alvo de muitas lendas justamente porque muitos navios desapareciam nele ou simplesmente não conseguiam atravessá-lo.

Muitos portugueses acreditavam que o Cabo do Bojador era um dos limites do mundo e, por isso, era impossível ultrapassá-lo, mas o navegante Gil Eanes conseguiu tal feito. Poucos anos depois, os portugueses começaram a usar uma embarcação que se tornou mais apropriada para a navegação marítima: a caravela. A caravela era mais eficiente em situações em que o vento soprava contra e foi a principal embarcação portuguesa até o século XVII.

Superar o Cabo da Boa Esperança, em 1488, permitiu com que Portugal estabelecesse uma rota marítima até as Índias.[2]

Durante o reinado de d. João II, um novo feito importante aconteceu: o Cabo da Boa Esperança, no sul da África, foi superado pelo navegante Bartolomeu Dias, em 1488. Essa expedição permitiu que as embarcações portuguesas conseguissem superar as águas agitadas desse cabo e deu possibilidade para que uma rota entre Portugal e as Índias fosse estabelecida.

O feito de Bartolomeu Dias permitiu que o navegante Vasco da Gama descobrisse um caminho por mar que ligava Portugal às Índias. A viagem de Vasco da Gama foi realizada entre 1497 e 1498, portanto, durante o reinado de d. Manuel I. Outro grande feito português foi montar a expedição que chegou ao Brasil em 1500. Essa foi a expedição de Pedro Álvares Cabral, que chegou aqui em 22 de abril de 1500. Caso queira saber mais sobre esse momento de pioneirismo português, leia: Expansão marítima portuguesa.

Navegações espanholas - chegada à América

Não somente os portugueses realizaram grandes feitos durante as Grandes Navegações. É creditado aos espanhóis o feito de terem organizado a expedição que trouxe os europeus ao continente americano pela primeira vez, desde que exploradores vikings estiveram na América do Norte, entre os séculos X e XI.

Durante grande parte do século XV, a Espanha enfrentava questões que não a permitiram lançar-se antes na exploração atlântica. Houve guerras dinásticas e conflitos contra os mouros em Granada, no sul da Península Ibérica. Além disso, a unificação territorial espanhola começou a esboçar-se com a união de dois reinos: Castela e Aragão. A expulsão dos mouros também fez parte dessa unificação territorial.

Os reis Isabel de Castela e Fernando de Aragão foram convencidos a financiar a expedição de um genovês que dizia ser possível alcançar a Ásia pelo oeste. Esse era Cristóvão Colombo. A expedição de Colombo tinha três embarcações, que chegaram ao arquipélago das Bahamas em 12 de outubro de 1492.

A ilha a que Colombo chegou era chamada pelos nativos de Guanahani, mas ele a nomeou San Salvador. Colombo morreu em 1506 e não foi convencido de que tinha chegado a um novo continente. Ele sempre acreditou ter chegado a alguma parte da Ásia.

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Consequências das Grandes Navegações

Muitos historiadores entendem que as Grandes Navegações foram um acontecimento marcante para a história da humanidade. Alguns deles consideram a chegada à América, em 1492, como um evento responsável por consolidar o fim da Idade Média e dar início à modernidade — entendida como um período histórico e como um conceito relacionado com o desenvolvimento de uma nova visão de mundo na sociedade ocidental.

As Grandes Navegações ainda contribuíram para o desenvolvimento da colonização, reforçando, em certa medida, a política monetária na Europa e contribuindo para o desenvolvimento do capitalismo no longo prazo. Portugal e Espanha consolidaram-se como dois grandes impérios ultramarinos.

Créditos das imagens

[1] neftali e Shutterstock

[2] irisphoto1 e Shutterstock

Publicado por Daniel Neves Silva
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