Guerra dos Cem Anos

A Guerra dos Cem Anos foi uma série de conflitos travados entre ingleses e franceses, entre 1337 e 1453. Durou 116 anos e terminou com a vitória dos franceses.
A Guerra dos Cem Anos foi travada entre França e Inglaterra ao longo de 116 anos.

A Guerra dos Cem Anos é o nome de uma série de conflitos travados entre os anos de 1337 e 1453, entre a França e a Inglaterra, durando 116 anos. A guerra se iniciou quando Carlos IV, rei da França, morreu sem deixar herdeiros diretos. O rei da Inglaterra, Eduardo III, alegou ter direito ao trono francês, o que não foi aceito pelos franceses, que escolheram Filipe VI como rei. Os combates se iniciaram em 1337, inicialmente no Canal da Mancha e depois em território francês.

Geralmente a Guerra dos Cem Anos é dividida em quatro períodos. O primeiro foi marcado pelo avanço inglês sobre posições francesas. O segundo período foi marcado pelas marchas das tropas inglesas pelo território francês. No terceiro, houve relativa paz entre as duas nações. E o último período foi marcado pelas vitórias francesas. A guerra terminou, em 1453, com a vitória da França.

Leia também: Guerra das Rosas — conflito inglês diretamente relacionado com a Guerra dos Cem Anos

Resumo sobre a Guerra dos Cem Anos

  • A Guerra dos Cem Anos foi travada entre ingleses e franceses, de 1337 a 1453.
  • A guerra durou, na verdade, 116 anos.
  • Iniciou-se quando o monarca inglês reivindicou o trono francês.
  • No início, os ingleses conquistaram a maior parte das vitórias, dominando parte do território francês.
  • O Cerco de Orleans, entre 1428 e 1429, marcou a virada na guerra. A França venceu a batalha sob a liderança de Joana d’Arc.
  • A Batalha de Castillon foi a última da guerra. Os ingleses derrotados abandonaram o campo de batalha e retornaram para a Grã-Bretanha.
  • Como consequência da guerra, houve a centralização política e a origem dos Estados francês e inglês.

Videoaula sobre a Guerra dos Cem Anos

Antecedentes da Guerra dos Cem Anos

A partir do ano 1000, iniciou-se a Baixa Idade Média, período em que novas tecnologias, como a charrua e o sistema de rotação de culturas, provocaram o aumento da produção agrícola. Houve também o aumento demográfico, dos centros urbanos e do comércio de curta e longa distância.

Entre os finais dos séculos XI e XIII, ocorreram as Cruzadas, conflito entre cristãos da Europa Ocidental e muçulmanos árabes pelo controle da Terra Santa, a região de Jerusalém. As Cruzadas foram responsáveis pela troca cultural e comercial entre Oriente e Ocidente, levando a um período de crescimento econômico na Europa. A Guerra dos Cem anos ocorreu no período final da Idade Média, caracterizado pela crise no sistema feudal.

O século XIV, século de início da guerra, foi marcado por crises agrícolas motivadas por questões climáticas, reduzindo a produção de alimentos. A crise do século XIV foi marcada por fome, guerras, revoltas camponesas e pela Peste Negra, que matou aproximadamente 1/3 da população europeia.

No século XIV, a França era o reino mais rico e populoso da Europa e a Inglaterra estava em franca ascensão, ameaçando a França. A Guerra dos Cem Anos também foi travada em um momento de rápida evolução das armas utilizadas em combate provocada pelo uso da pólvora, uma novidade na Europa.

No início do conflito, a principal arma inglesa era o arco longo, cujas flechas atingiam grandes distâncias e eram capazes de furar armaduras. A principal arma francesa era a besta, de fácil utilização, ao contrário do arco inglês, que demandava anos de treino. O conflito se encerrou com os dois países utilizando armas de fogo, como canhões, mosquetes e pistolas.

Veja também: O que foi o Tribunal da Santa Inquisição?

Quais as causas da Guerra dos Cem Anos?

O primeiro motivo que levou à Guerra dos Cem Anos foi econômico. Inglaterra e França há tempos disputavam a região de Flandres, localizada no que é hoje o norte da Bélgica. No início do século XIV, essa região era densamente povoada e muito desenvolvida economicamente, sobretudo por causa da produção de lã e do comércio de tecidos. Controlar Flandres significava controlar boa parte da riqueza do Norte da Europa nesse período.

Outro motivo do conflito foi político. Guilherme, o Conquistador, era normando, e invadiu, conquistou e se tornou rei da Inglaterra em 1066. Dessa forma, o rei da Inglaterra também era duque da Normandia, o que o tornava vassalo do rei da França. Desde o século XI, o monarca francês enfrentou problemas com seus súditos que governavam a Inglaterra, isso perdurou até o início do século XIV.

Em 1328, Carlos IV, rei da França, faleceu sem deixar herdeiros homens. O rei inglês Eduardo III afirmou ter direito a herdar o trono francês. Os franceses se recusaram a coroar um rei estrangeiro e escolhem Filipe VI como monarca da França. O rei Eduardo III chegou a prestar homenagem para o rei Filipe VI, mas, em pouco tempo, entrou em atritos com ele, reivindicando a coroa francesa e iniciando a guerra.

Quanto tempo durou a Guerra dos Cem Anos?

A Guerra dos Cem Anos, na verdade, durou 116 anos, ocorrendo entre 1337 e 1453. Ela passou a ser chamada de Guerra dos Cem Anos no século XIX. Os historiadores do período arredondaram a duração do conflito para um século.

Períodos da Guerra dos Cem Anos

→ Primeiro período da Guerra dos Cem Anos (1337-1360)

Essa fase da guerra foi marcada pelo avanço inglês sobre o território francês. Os primeiros combates ocorreram na região do Canal da Mancha, onde navios ingleses e franceses se enfrentaram sem grande vantagem de qualquer um dos lados. Em 1338, Eduardo III estabeleceu uma aliança com a região de Flandres, que havia se rebelado contra o poder de Filipe VI. O exército inglês marchou pelo norte da França, saqueando cidades, mas sem entrar em confronto direito com o exército francês.

Em 1340, a Inglaterra obteve uma grande vitória naval na Batalha de Sluys, derrotando a marinha francesa e de seus aliados espanhóis e genoveses. Essa vitória garantiu a supremacia inglesa no Canal da Mancha, facilitando o envio de reforços para a França e dificultando qualquer tentativa desta última de invadir a Grã-Bretanha.

Pintura do século XV representando a Batalha de Sluys, travada na primeira fase da Guerra dos Cem Anos.

Em 1346, o próprio rei Eduardo III comandou tropas que desembarcaram na Normandia, conquistou Caen e a cidade de Paris; mas suas tropas não se fixaram na cidade, continuando sua marcha pela França. As tropas inglesas e francesas se encontraram onde foi travada, em 26 de agosto, a Batalha de Crécy. Os ingleses obtiveram uma grandiosa vitória sobre os franceses, matando boa parte dos nobres inimigos que participaram da batalha.

Após a vitória em Crécy, as tropas inglesas marcharam para Calais, onde o exército de Eduardo III, apoiado por tropas do ducado da Borgonha, obtiveram nova vitória. O rei inglês obrigou que os nobres de Calais se rendessem usando camisolas brancas e com cordas amarradas no pescoço. Durante a maior parte da guerra, o ducado da Borgonha foi importante aliado dos ingleses.

Em 1347, a epidemia de Peste Negra chegou à Europa, o que fez com que os combates cessassem, e cada país preservou seus territórios. Uma trégua foi assinada entre os dois países em setembro de 1347. Filipe VI faleceu em 1350, o duque da Normandia se tornou rei da França como João II, e a paz inicialmente foi mantida pelo novo rei.

Em 1355, a guerra retornou quando o príncipe inglês Eduardo, conhecido como Príncipe Negro, invadiu novamente territórios franceses, atacando Bordeaux e outras cidades do país. Em setembro de 1356, o rei francês, João II, foi capturado pelos ingleses. Diversas revoltas camponesas ocorreram no norte da França nesse momento, as chamadas jacqueries, o que enfraqueceu mais ainda as tropas francesas, que tiveram que combater as revoltas.

Após pagamento de um alto resgate, o rei João II foi libertado no ano de 1360 e retornou para a França após ceder a Aquitânia e a região de Calais para os ingleses. No mesmo ano, foi assinado, entre João II e Eduardo III, o Tratado de Brétigny, que garantiu a paz entre os dois países.

→ Segundo período da Guerra dos Cem Anos (1360-1413)

Após o Tratado de Brétgny, o rei João II governou por mais quatro anos, falecendo em 1364; seu filho, Carlos V, assumiu o trono. A paz entre ingleses e franceses durou até 1368, quando os combates foram retomados.

Em 1369, o príncipe inglês João de Gaunt desembarcou com tropas em Calais e iniciou uma chevauchée, tática de guerra em que as tropas compostas na sua maioria por cavaleiros se mantinham em movimento, entrando em cidades inimigas, assassinando parte da população, saqueando e queimando essas cidades. Era uma tática que tinha por objetivo aterrorizar e desorganizar o inimigo, além de retirar grande quantidade de recursos dele.

Tropas inglesas cercando uma cidade francesa, tática usada na segunda fase da Guerra dos Cem Anos.

Nova trégua foi estabelecida em 1375. Em 1377, o rei Eduardo III faleceu, deixando seu neto, Ricardo II, com apenas 10 anos de idade, como herdeiro. Carlos V, rei da França, faleceu em 1380; Carlos VI assumiu o poder com apenas 11 anos de idade. Duas crianças passaram a governar a Inglaterra e a França.

→ Terceiro período da Guerra dos Cem Anos (1380-1422)

O terceiro período da Guerra dos Cem Anos foi caracterizado por relativa paz entre França e Inglaterra e pelo estabelecimento do diálogo entre as duas nações. França e Inglaterra enfrentavam problemas internos, sobretudo revoltas de servos que exigiam melhores condições de vida.

Em 1381, na Inglaterra, ocorreu a Revolta dos Camponeses. Os revoltosos conseguiram invadir a Torre de Londres, obrigando o rei Ricardo II a aceitar boa parte de suas reivindicações. Dias depois, as tropas reais iniciam ataques contra os revoltosos, vencendo-as após 10 dias. No mesmo período, os franceses enfrentaram revoltas em Flandres, enviando seu exército para essa região e adiando os planos de invasão da Inglaterra.

Em 1395, Ricardo II e Carlos VI passaram a negociar diretamente a paz. Em 9 de março de 1396, em Paris, ocorreu o casamento de Ricardo II e a filha de Carlos VI, Isabella. Um novo acordo de paz entre as nações foi assinado. Em outubro de 1396, os dois reis participam de um grande banquete na França. Nesse país, em 1392, surgiram os primeiros sintomas do que chamaram de “loucura” de Carlos VI, provavelmente o rei sofria de esquizofrenia paranoide.

Luís I, irmão de Carlos VI, passou a governar, de fato, a França até morrer em 1407. A partir desse momento, Filipe da Borgonha assumiu a regência. Na Inglaterra, os súditos de Ricardo II não concordavam com a paz. Em 1399, o rei foi deposto e, no seu lugar, Henrique IV assumiu o trono inglês. Luís I e Henrique IV esqueceram as tréguas e reiniciaram a guerra. Henrique IV governou a França até a sua morte, em 1413, e seu filho assumiu o poder como Henrique V.

Em 1415, ocorreu a maior batalha dessa fase da guerra, a Batalha de Azincourt. Mais uma vez, as tropas inglesas venceram os franceses, mesmo com menor número de combatentes. Carlos VI governou a França até falecer, em 1422, quando Carlos VII se tornou rei. No mesmo ano, faleceu o monarca inglês Henrique V, assumindo o trono em seu lugar Henrique VI.

→ Quarto período da Guerra dos Cem Anos (1422-1453)

Na última fase da Guerra dos Cem Anos, a França retomou todos os territórios franceses que estavam nas mãos dos ingleses, expulsando os inimigos da Europa Continental e fazendo-os retornar à Grã-Bretanha. Entre 1428 e 1429, ocorreu o Cerco de Orleans, batalha decisiva da Guerra dos Cem Anos e que marcou uma reviravolta no conflito, com a França passando a vencer as batalhas.

Joana d'Arc liderou a vitória francesa no Cerco de Orleans.[1]

Joana d’Arc foi a líder francesa durante os últimos dias do Cerco de Orleans. Em 8 de maio de 1429, os últimos ingleses deixaram a região de Orleans e os franceses ocuparam a cidade e seus arredores. Ainda em 1429, os franceses venceram a Batalha de Patay. As vitórias francesas continuaram pelas décadas de 1430 e 1440.

Em 1453, o rei Carlos II conquistou a Aquitânia, última região no território francês ainda controlada pelos ingleses. No mesmo ano, a cidade de Bordeaux foi tomada pelos franceses. A Batalha de Castillon foi a última da Guerra dos Cem Anos, nela os últimos ingleses foram derrotados no campo de batalha. Os ingleses atravessaram o Canal da Mancha e retornaram à Grã-Bretanha, encerrando o conflito.

Linha do tempo da Guerra dos Cem Anos

  • 1337: Início da Guerra dos Cem Anos. Batalhas navais no Canal da Mancha e tropas inglesas desembarcam na França.
  • 1338: Eduardo III estabeleceu uma aliança com a região de Flandres.
  • 1340: Inglaterra obteve uma grande vitória naval na Batalha de Sluys.
  • 1346: Eduardo III comandou tropas que desembarcaram na Normandia, conquistou Caen e a cidade de Paris. Houve a Batalha de Crécy.
  • 1347: Epidemia de Peste Negra atingiu a Europa; combates cessaram.
  • 1350: Filipe VI faleceu. O duque da Normandia se tornou rei da França como João II. A trégua foi mantida.
  • 1355: A guerra recomeçou. O Príncipe Negro invadiu território francês.
  • 1356: O rei francês João II foi capturado pelos ingleses.
  • 1360: João II foi libertado. O Tratado de Brétigny, entre João II e Eduardo III, foi assinado e garantiu a paz entre os dois países.
  • 1364: Falecimento de João II. Seu filho, Carlos V, assumiu o trono.
  • 1368: A guerra foi retomada.
  • 1369: João de Gaunt, príncipe inglês, desembarcou com tropas em Calais, iniciando uma chevauchée.
  • 1375: Nova trégua foi estabelecida.
  • 1377: Falecimento de Eduardo III. Ricardo II, com apenas 10 anos de idade, foi seu herdeiro.
  • 1380: Carlos V, rei da França, faleceu. Carlos VI assumiu o poder com apenas 11 anos de idade.
  • 1381: Revolta dos Camponeses na Inglaterra.
  • 1395: Ricardo II e Carlos VI passaram a negociar diretamente a paz.
  • 1396: Casamento de Ricardo II e a filha de Carlos VI, Isabella. Um novo acordo de paz entre as nações foi assinado.
  • 1396: Ricardo II e Carlos VI participaram de um grande banquete na França.
  • 1399: Ricardo II foi deposto e, no seu lugar, Henrique IV assumiu o trono inglês.
  • 1415: Ocorreu a maior batalha dessa fase da guerra, a Batalha de Azincourt.
  • 1428 e 1429: Cerco de Orleans terminou com vitória francesa.
  • 1429: Franceses venceram a Batalha de Patay.
  • Décadas de 1430 e 1440: Sucessivas vitórias francesas na guerra.
  • 1453: Carlos II conquistou a Aquitânia, e os últimos ingleses deixaram a França.

Joana d’Arc na Guerra dos Cem Anos

Joana d’Arc nasceu em 1412, na cidade francesa de Domrèmy-la-Pucelle, filha de uma família de camponeses. Na adolescência, ela passou a alegar ouvir Deus e alguns santos católicos, afirmando que Deus a designara para liderar o exército francês para a vitória sobre os ingleses.

Carlos VII, o ainda não coroado rei da França, ouviu Joana d’Arc e acreditou em suas palavras. Em 1429, aos 17 anos de idade, ela foi enviada pelo rei para Orleans, onde se uniu às tropas francesas que cercavam a cidade desde o ano anterior. Pouco mais de uma semana depois, os franceses conquistaram a vitória, e Joana d’Arc se tornou uma heroína na França. Outras vitórias se seguiram com a participação dela.

Depois de conquistar diversas vitórias, Joana d’Arc foi capturada e condenada à fogueira, acusada de heresia.

Em maio de 1431, Joana d’Arc foi capturada por tropas francesas aliadas dos ingleses, e entregue a estes últimos. Ela foi julgada por heresia e, no dia 30 de maio, aos 19 anos, foi queimada na fogueira. Sua morte a transformou em uma mártir para os franceses.

Em 1920, o papa Bento XV canonizou Joana d’Arc, tornando-a uma santa da Igreja Católica. Ainda hoje, na França, ela é considerada a maior heroína do país.

→ Videoaula sobre Joana d’Arc

Quais as consequências da Guerra dos Cem Anos?

A Guerra dos Cem Anos se iniciou como um conflito entre membros da aristocracia feudal de França e Inglaterra e terminou como um conflito entre dois Estados-nação. Durante a guerra, houve a necessidade de centralizar a cobrança de impostos, de unificar as leis em todo o reino, de criar um sistema de estradas e um exército único. Todos esses fatores favoreceram a centralização política na França e na Inglaterra.

O centralismo político na pessoa do monarca e a origem dos Estados-nacionais da França e da Inglaterra foram as principais consequências da Guerra dos Cem Anos.

Saiba mais: Como se formou o Estado moderno

Importância da Guerra dos Cem Anos

A importância da Guerra dos Cem Anos foi ter provocado o aprofundamento do processo de centralização política na França e Inglaterra. A guerra estimulou o nacionalismo, deu mais poder político aos reis e fortaleceu os exércitos sob o comando deles.

A guerra também foi importante por encerrar as ambições inglesas sobre territórios da França. Após a retirada das tropas inglesas da Normandia, em 1453, os ingleses não mais reivindicaram territórios da França, embora nenhum acordo tenha sido estabelecido sobre o tema.

A guerra também foi importante para popularizar a língua inglesa na Inglaterra. Antes da guerra, a elite inglesa falava francês, tradição mantida desde Guilherme, o Conquistador. Durante a Guerra dos Cem Anos, por nacionalismo, a língua francesa foi gradativamente abandonada até sumir completamente no fim da guerra.

Exercícios resolvidos sobre a Guerra dos Cem Anos

1 - (FGV-SP) A Guerra dos Cem Anos (1337 - 1453), entre franceses e ingleses, teve como consequências principais:

a) a consolidação do poder monárquico na França e a expulsão dos ingleses do território francês.

b) a consolidação do poder monárquico na Inglaterra e a expulsão quase completa dos franceses do território inglês.

c) a incorporação de parte do território francês pela Inglaterra e o consequente enfraquecimento do poder real na França.

d) a incorporação de parte do território inglês pela França e o consequente enfraquecimento do poder real na Inglaterra.

e) a aliança entre franceses e flamengos e o fim da hegemonia inglesa sobre o comércio europeu.

Alternativa B

A Guerra dos Cem Anos teve como uma de suas principais consequências o centralismo político na França e na Inglaterra. A guerra acabou com a vitória francesa e a expulsão dos ingleses de seu território.

2 - (FGV-SP) Guerra dos Cem Anos – Denominação dada a uma série de conflitos ocorridos entre a França e a Inglaterra no período 1337-1475. O termo, que vem sendo considerado impróprio, é uma criação moderna dos historiadores do século XIX, introduzido nos manuais escolares. (...) Alguns historiadores têm mesmo proposto que seja utilizada a expressão “cem anos de guerra” e não a tradicional.

(Antônio Carlos do Amaral Azevedo, Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos apud Luiz Koshiba, História: origens, estruturas e processos)

Sobre essa guerra, é correto afirmar que:

a) decorreu diretamente da chamada Crise do Século XIV, pois a Inglaterra e a França tinham leituras divergentes da paralisia econômica que atingiu a Europa Ocidental desde os primeiros anos desse século.

b) resultou da imediata reação da França, aliada dos reinos de Castela e Aragão, à aliança econômica e militar entre a Inglaterra e Portugal, iniciando o mais sangrento conflito bélico da Europa moderna.

c) desenrolou-se quase toda em território francês, com batalhas entremeadas por tréguas e períodos de paz, e as suas origens se ligam à sucessão do trono francês, também disputado pela Inglaterra.

d) derivou da disputa por territórios recém-descobertos por franceses no Norte da África, mas que eram estratégicos para a expansão da economia inglesa, já produtora de manufaturados.

e) desenvolveu-se no contexto das reformas religiosas, obrigando cada nação europeia a se posicionar na defesa ou não do papado, fator principal do conflito bélico entre franceses e ingleses.

Alternativa C

A Guerra dos Cem Anos se iniciou por questões sucessórias na França, com o rei inglês reivindicando o trono após a morte do rei francês. A guerra foi marcada por momentos de combates e de tréguas. Todos os combates ocorreram em território francês, com exceção de algumas batalhas navais no Canal da Mancha.

Créditos da imagem

[1] Wikimedia Commons (reprodução)

Fontes

LE GOFF, J. A civilização do Ocidente medieval. Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2018.

RIVER, C. A Guerra dos Cem Anos: a história da guerra mais famosa da Idade Média. Charles Rivers Editors, Londres, 2020.

SEWARD, D. The Hundred Years War: The English in France 1337-1453. Penguin Books, 2019.

Publicado por Jair Messias Ferreira Junior

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