Região Nordeste
A região Nordeste do Brasil é formada por nove estados, com dinâmicas econômicas próprias, fortes e que atuam diretamente na composição da economia brasileira. Dono de paisagens exuberantes, o Nordeste chama atenção pelas suas praias e forte atividade turística. Hoje possui uma economia diversificada, com bons setores primário, secundário e terciário.
Sua história inicia-se no ciclo da cana-de-açúcar, evoluindo para o cenário de apropriação econômica atual, com o agronegócio, pecuária extensiva e intensiva. Vale ressaltar que a região detém quase 60 milhões de habitantes, o que corresponde a 1/3 (um terço) da população brasileira.
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Dados gerais da região Nordeste
Estados |
Capitais |
Alagoas |
Maceió |
Bahia |
Salvador |
Ceará |
Fortaleza |
Maranhão |
São Luiz |
Paraíba |
João Pessoa |
Pernambuco |
Recife |
Piauí |
Teresina |
Rio Grande do Norte |
Natal |
Sergipe |
Aracaju |
- Região geoeconômica: Nordeste
- Gentílico: nordestino
- Área territorial: 1.558.000 km² (IBGE, 2019)
- População: 57.071.564 (população estimada IBGE, 2015)
- Densidade demográfica: 36,06 habitantes/km² (IBGE, 2015)
Geografia da região Nordeste
A região Nordeste do Brasil tem, em sua composição territorial, nove estados brasileiros e área de 1.558.000 km², correspondente a 18% do território do Brasil. Sua população já é de quase 60 milhões de habitantes.
A Bahia é o maior estado da região, e Sergipe, o menor. A Bahia conta com a maior costa litorânea brasileira, de 932 km de praias, e o Piauí com o menor litoral, de apenas 60 km. O Nordeste inteiro conta com 3338 km de praias em todo seu litoral, que vai do sul da Bahia ao extremo noroeste do estado do Maranhão. Todos os estados do Nordeste são banhados pelo oceano Atlântico e possuem suas capitais no litoral, com exceção de Teresina, que se encontra no centro do Piauí.
O Nordeste possui quatro sub-regiões, criadas com base em critérios naturais:
- Zona da Mata
- Agreste
- Sertão
- Meio-Norte
A região faz limite com Minas Gerais e Espirito Santo, ao sul, e com Goiás, Tocantins e Pará, em toda sua fronteira oeste. Ao norte e leste, suas áreas limítrofes dão-se com o oceano Atlântico.
No cenário natural, deve-se destacar que, na hidrografia, o rio São Francisco é o principal da região e tem maior bacia hidrográfica também. Tem-se desenvolvido um projeto de transposição do rio São Francisco, que ajudará a irrigar e levar água às regiões mais secas do Nordeste. O clima prevalecente é o semiárido, caracterizando a região com menor índice de chuva do país e temperaturas elevadas e secas prolongadas no ano.
A vegetação prevalecente é a da Caatinga, ou Mata Branca, com a presença de poucas árvores e muitos arbustos e vegetação rasteira, com rica biodiversidade de fauna e flora. O relevo possui duas importantes unidades, com a presença de planícies costeiras, próximas das praias nordestinas, e de planaltos que circundam o sertão, com destaque para o planalto da Borborema, formando, no interior da região, a planície sertaneja, caracterizada por temperatura elevada e pela seca.
Mapa da região Nordeste
Economia da região Nordeste
Entre as regiões brasileiras, a economia da região Nordeste é hoje a terceira, perdendo apenas para as regiões Sudeste, primeira, e Sul, segunda. O Nordeste apresentou, nos últimos anos, elevados investimentos no setor industrial e agroindustrial, com a abertura de indústrias em regiões metropolitanas, próximas das capitais e cidades médias com dinâmica. Esse fator melhorou significativamente a participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com participação de aproximadamente 16% na sua composição.
Os destaques da economia nordestina ficam por conta dos setores de serviços, comércio e indústrias desenvolvidos nas grandes cidades como Salvador (BA), Recife (PE), João Pessoa (PB), Natal (RN), Fortaleza (CE), São Luiz (MA) e demais capitais e cidades com população expressiva. A Zona da Mata, região litorânea, além de ter destaque para a produção industrial, comercial e de serviços, também o recebe pelo turismo, pois nela se localizam as principais praias, pontos de turismo e atrações nordestinas com paisagens exuberantes.
O Agreste e Sertão nordestinos concentram atividades econômicas ligadas ao setor primário, como pecuária, com criação de rebanhos bovino e ovino. Na agricultura destacamos a produção de insumos agrícolas para indústrias, como algodão, no oeste da Bahia, e produtos da agricultura de subsistência, como mandioca, milho e feijão. No Meio-Norte, prevalecem as atividades de extração vegetal, como as quebradeiras de babaçu e a retirada de carnaúba, no Maranhão, para produção de óleo.
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Demografia da região Nordeste
A população nordestina é de 57.071.564 milhões de habitantes e conta com uma densidade demográfica de, aproximadamente, 36,06 hab./km². A demografia do Nordeste é bastante irregular, com a presença maior de população e densidade demográfica no litoral. Essa faixa de terras é onde se concentram as principais cidades e maior densidade demográfica. Recife, Fortaleza e Salvador configuram-se importantes cidades, com elevado grau de urbanização, população geral e densidade demográfica.
A região metropolitana de Fortaleza (CE) possui população total de 4,1 milhões de habitantes e uma densidade demográfica de 556 hab./km²; em Salvador (BA), concentram-se quase 4 milhões de habitantes, e a densidade demográfica é de 938 hab./km²; já em Recife (PE), o número de habitantes é de 4,1 milhões, e a densidade é de 1.260 hab./km². Além do mais, essas cidades contam com serviços sofisticados, de ponta, e são altamente desenvolvidas, industrializadas e modernas.
O interior do Nordeste também se revelam cidades com desenvolvimento industrial, que contam com serviços de qualidade e comércios que abrangem outras regiões do Brasil, além de participarem do desenvolvimento nordestino. Chamam atenção:
- Agreste (AL)
- Cariri (CE)
- Camaçari (BA)
- Campina Grande (PB)
- Feira de Santana (BA)
- Imperatriz (MA)
- Petrolina (PE)
- Juazeiro (BA)
- Vitoria da Conquista (BA)
Cultura da região Nordeste
A cultura nordestina é bastante diversificada, resultado da miscigenação cultural que a região sofreu ao longo de sua história. Na dança notamos grande destaque para o forró, o baião, o xote e o frevo, sendo praticados no dia a dia de sua população, e também para o seu aspecto histórico, caso específico do frevo, em Pernambuco, ritmo bastante praticado nas festividades históricas e no carnaval.
Na culinária não se pode deixar de falar dos diversos sabores que o Nordeste tem, como a paçoca de carne seca, o baião de dois, o acarajé, o vatapá, o caruru, as caldeiradas, a rapadura, a canjica, o bolo de fubá, a buchada de bode, o cuscuz, o bolo de macaxeira, a moqueca, a tapioca, entre outros.
Nas artes, temos destaque para a literatura e a música, com nomes que transcendem territórios e culturas pelo mundo. São referências na literatura:
- Ariano Suassuna
- Graciliano Ramos
- Jorge Amado
- Rachel de Queiroz
- Ferreira Gullar
- Augusto dos Anjos
São destaques no cenário musical:
- Alceu Valença
- Fagner
- Zé Ramalho
- Elba Ramalho
- Ivete Sangalo
- Gilberto Gil
- Daniela Mercury
- Alcione
Na dança destaca-se a festa junina em Campina Grande (PB) — a mais conhecida do Brasil —, a festa de Caruaru (PE), o forró caju (SE), o Encontro Nacional de Folguedos (PI), e o carnaval de Salvador (BA), festas tradicionais e mundialmente conhecidas.
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História da região Nordeste
A história da região Nordeste iniciou-se com a chegada do colonizador português, por volta de 1530, que desembarcou em terras baianas, na região correspondente a Porto Seguro, na Bahia. Nesse período, os colonizadores desenvolveram ali atividades econômicas relacionadas ao uso do solo, como o plantio da cana-de-açúcar e a extração vegetal do pau-brasil.
Essas atividades econômicas foram bem-sucedidas e deram riquezas à região e à metrópole portuguesa. Após o desenvolvimento econômico promovido na América portuguesa, a região, junto do restante do Brasil, vivenciou a política das capitanias hereditárias — separações de terras e lotes comandadas pelo capitães donatários e que deram origem aos latifúndios na região e às primeiras atividades econômicas ligadas à pecuária e agricultura.
A criação de gado e a agricultura tradicional contribuíram para o crescimento econômico da região e a expansão das atividades econômicas para o interior. Com a pecuária extensiva, houve a criação de gado para ordenha manual ou produção de carne para mercados internos; e com a agricultura, destacaram-se culturas como feijão, mandioca e milho, que contribuíram para a subsistência da população.
Exercícios resolvidos
Questão 1 – (Unama) A região Nordeste apresenta aspectos bem diferenciados no seu espaço geográfico, como:
A) Agreste, zona localizada entre a Zona da Mata e o Meio-Norte, que é uma área de transição com elevada densidade demográfica e grande urbanização.
B) A Zona da Mata, que apresenta devastação florestal, entretanto, o intenso reflorestamento impede a degradação da floresta original.
C) O Sertão, área pobre, seca, tem baixas densidades demográficas, mas com intensa mecanização na agricultura, que é sua principal atividade.
D) A faixa litorânea, área mais importante da região, onde estão os principais centros urbanos, aglomerados industriais e zonas portuárias.
E) Meio-Norte, que engloba Maranhão e Piauí, área de latifúndios, pastagens naturais e intensa atividade agrícola.
Resolução
Alternativa D. A faixa litorânea não se configura numa sub-região nordestina.
Questão 2 – O planalto da Borborema circunda a região do Sertão nordestino e funciona como uma barreira natural. Esse aspecto da geomorfologia nordestina interfere IMEDIATAMENTE na:
A) geologia da região.
B) vegetação de transição.
C) clima do Sertão.
D) hidrografia do lugar.
Resolução
Alternativa C. O clima do Nordeste, em especial a sub-região do Sertão nordestino, sofre interferência direta do planalto da Borborema, que funciona como barlavento, impedindo a umidade entrar no Sertão, o que ocasiona o clima seco, semiárido.
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