Gramática
Gramática é o estudo da língua, considerando as regras e convenções estabelecidas na fala e na escrita de cada idioma. Dentre três de suas principais áreas estão a fonologia, a morfologia e a sintaxe.
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Resumo sobre gramática
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A gramática estuda o uso da língua, pensando nas regras e convenções estabelecidas.
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Entre as diferentes abordagens no estudo de gramática, temos a gramática normativa, a gramática descritiva, a gramática histórica e a gramática comparativa.
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As três principais áreas no estudo de gramática são a fonologia, a morfologia e a sintaxe.
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O estudo da gramática nos ajuda a nos expressarmos melhor, com mais clareza, e a interpretarmos melhor a fala e a escrita de outras pessoas.
O que a gramática estuda?
A gramática é a área do saber que busca orientar o uso da língua falada e escrita, considerando tendências, padrões e regras para esse uso, de modo a tornar a comunicação mais eficiente. A gramática tem alguns enfoques diferentes, além de se dividir em áreas específicas.
Quais são os tipos de gramática?
Há basicamente quatro tipos de gramática, que definem a forma de se analisá-la pensando em enfoques diferentes. São elas: normativa, descritiva, histórica e comparativa.
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Gramática normativa
A gramática normativa é a que preza pela norma, ou seja, que orienta regras e que estabelece um padrão gramatical em detrimento de outras formas de se falar o idioma. Assim, a gramática normativa busca indicar um uso padronizado do idioma. Gramáticos mais tradicionais tendem a se orientar pela gramática normativa, aprovando menos os desvios gramaticais em relação à norma-padrão do idioma.
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Gramática descritiva
A gramática descritiva (ou gramática sincrônica) é a que se volta mais para a descrição do uso do idioma, ou seja, analisando as diversas formas de se expressar no idioma de acordo com seus próprios falantes. A gramática descritiva entende o fenômeno da língua como algo vivo e reflexo da sociedade; portanto, gramáticos menos tradicionais baseiam-se na gramática descritiva para serem mais flexíveis em relação ao que é considerado “correto” ou “possível” ao se falar um idioma.
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Gramática histórica
A gramática histórica se ocupa da análise do idioma em diferentes períodos históricos. É o tipo de gramática que estuda a evolução da língua, observando, por exemplo, os vocabulários que caíram em desuso, os que apareceram, as grafias que foram alteradas e os sons que mudaram no decorrer do tempo.
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Gramática comparativa
A gramática comparativa analisa um idioma por meio da comparação com outro que tenha a mesma origem. Por exemplo, o português, o espanhol, o italiano, o francês e o romeno se originaram de uma mesma língua antiga que deixou de existir: o latim. Assim, nesse tipo de gramática, a comparação entre diferentes línguas leva em conta a origem dos idiomas comparados, as regras em comum e as regras que se diferem.
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As divisões da gramática
A gramática é tradicionalmente dividida em três grandes áreas: a fonologia, a morfologia e a sintaxe.
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Fonologia
A fonologia estuda os fonemas, ou seja, os sons do idioma. É pelo estudo da fonologia que entendemos quais sons podem existir em cada idioma, como eles se articulam no nosso aparelho fonológico e como eles, juntos, podem apresentar significados na língua oral. Saiba mais sobre a fonologia clicando aqui.
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Morfologia
A morfologia estuda os morfemas, ou seja, as unidades mínimas de significado em cada palavra. São as pequenas partes que formam uma palavra. Portanto, na morfologia, a análise é feita para a palavra em si, isoladamente, e não em um enunciado. A morfologia analisa a formação da palavra e sua classe gramatical.
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Sintaxe
A sintaxe estuda o comportamento das palavras em uma frase, em uma oração ou em um enunciado. Assim, a sintaxe observa a ordem em que as palavras aparecem no enunciado, o seu significado, qual é a função da palavra em cada frase e como, juntas, as palavras constroem o discurso. Para saber mais sobre a sintaxe, clique aqui.
Por que a gramática é importante?
A importância da gramática está no quanto ela nos ajuda a desenvolver a nossa comunicação. Ao entender as possibilidades de nos expressarmos em um idioma, conseguimos nos comunicar melhor e com mais eficiência. Assim, a gramática serve para nos orientar nas situações de fala e de escrita.
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Dúvidas frequentes sobre gramática
Veja algumas dúvidas a respeito de regras gramaticais.
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Quem define o que é correto na língua?
A norma-padrão define regras para escrita e fala da língua. No Brasil, ela é definida por gramáticos especialistas e estudiosos da língua, que debatem sobre o que é aceitável ou não dentro da norma do idioma a partir do uso contemporâneo, mas também considerando o uso histórico do idioma (como em obras consagradas da literatura brasileira, por exemplo).
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A norma-padrão e a norma culta são iguais?
Não! A norma culta é o uso da língua em meios considerados “cultos” pela sociedade, composto por membros de um grupo social mais intelectualizado, como pesquisadores e pensadores influentes. A norma culta pode apresentar desvios às regras da norma-padrão, mas continua sendo considerada uma variante de prestígio do idioma, já que é falada por pessoas respeitadas em algumas áreas sociais.
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Por que as pessoas falam de jeitos diferentes?
Quando uma pessoa fala, ela expressa seus pensamentos individuais, mas que também são resultado do meio e da cultura em que ela vive. Dessa forma, a língua pode ser falada de jeitos muito diferentes por causa de diversos fatores, como região geográfica, idade, classe social, entre outros. O importante é entender que, apesar dos jeitos diferentes, não há uma única forma correta de falar um idioma.
Fontes
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.