Michel Temer

Michel Temer é um político brasileiro que teve carreira como advogado, procurador e professor universitário. Assumiu a presidência do Brasil em 2016.
Michel Temer foi presidente do Brasil entre os anos de 2016 e 2019. [1]

Michel Temer é um político brasileiro que assumiu a presidência em 2016, depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele foi parte da conspiração parlamentar que destituiu a presidente do Brasil. Seu governo ficou marcado pela adoção de uma política econômica de austeridade e por um grande escândalo de corrupção.

Originário de uma família de libaneses, Temer bacharelou-se em Direito e atuou profissionalmente como professor universitário, advogado e procurador. Ingressou na política na década de 1980, assumindo a pasta de Segurança do estado de São Paulo em duas ocasiões. Foi eleito deputado federal quatro vezes.

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Resumo sobre Michel Temer

  • Michel Temer é um advogado, político e escritor brasileiro.

  • Nasceu em uma família de imigrantes libaneses que prosperaram como agricultores no Brasil.

  • Bacharelou-se em Direito e atuou como professor universitário e como advogado.

  • Tomou posse como procurador em São Paulo e foi nomeado para a Procuradoria-Geral desse estado.

  • Foi eleito deputado federal nas eleições de 1994, 1998, 2002 e 2006.

  • Assumiu a presidência em 2016, depois do impeachment de Dilma Rousseff, e governou o Brasil até o ano de 2019.

Origens de Michel Temer

Michel Miguel Elias Temer Lulia nasceu na cidade de Tietê, em São Paulo, no dia 23 de setembro de 1940. Ele é originário de uma família de libaneses que se mudou para o Brasil na década de 1920, sendo que seu pai se chamava Nakhoul “Miguel” Elias Temer Lulia e sua mãe se chamava Marchi Barbar Lulia. A família de Temer prosperou no Brasil produzindo arroz e café.

Temer é o mais novo do total de oito filhos que nasceram em sua família. Ele cresceu no ambiente rural graças ao trabalho de seus pais. Em 1957, mudou-se para a cidade de São Paulo, local onde concluiu o seu ensino colegial. Em 1959, Temer ingressou no curso de Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

Durante sua fase universitária, Temer teve grande envolvimento com o movimento estudantil e concluiu seus estudos em 1963, bacharelando-se em Direito. Ele se afastou do movimento estudantil depois do Golpe Civil-Militar de 1964, o movimento que deu início à Ditadura Militar no Brasil.

Vida profissional de Michel Temer

Depois da sua graduação, Michel Temer começou a sua carreira profissional e durante parte da Ditadura Militar, manteve-se afastado da política. Atuou inicialmente como professor universitário, dando aulas na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e também na Faculdade de Direito de Itu.

Sua dedicação profissional não o impediu de se especializar. Em 1974, Temer concluiu um doutorado em Direito Público pela PUC-SP. Além disso, Michel Temer trabalhou como advogado, atuando no ramo do direito trabalhista, e tomou posse como procurador do estado de São Paulo.

Atuação política de Michel Temer

Com a abertura política da Ditadura Militar, Michel Temer aproximou-se do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o PMDB. Michel Temer era muito próximo de Franco Montoro, eleito governador de São Paulo na eleição de 1982. Isso garantiu a Temer importantes indicações políticas, pois ele assumiu a Procuradoria-Geral de São Paulo e depois foi indicado para a Secretaria de Segurança Pública.

Essas experiências iniciaram a carreira política de Michel Temer. Em 1986, ele concorreu ao cargo de deputado federal e foi eleito suplente. Acabou tomando posse em 1987 porque o titular, o deputado Tidei de Lima, licenciou-se do cargo para assumir uma secretaria do governo de São Paulo.

Com isso, Temer participou de um dos momentos mais importantes da história política recente do Brasil: a Assembleia Constituinte de 1987. As votações de Temer demonstraram que ideologicamente ele se alinhou com o liberalismo econômico, pois foi contra a restrição do direito à propriedade privada, por exemplo, e foi favorável à legalização do aborto e ao direito de greve.

Em 1990, disputou novamente a eleição para deputado federal e, mais uma vez, conseguiu apenas a suplência. Por isso, retornou para as funções político-administrativas, assumindo novamente a Procuradoria-Geral de São Paulo. Em 1992, foi novamente indicado para assumir a Secretaria de Segurança de São Paulo.

Em 1994, Michel Temer concorreu novamente à posição de deputado federal e, dessa vez, conseguiu obter votos suficientes para ser eleito. Foi iniciado então um longo trajeto dele na Câmara dos Deputados, pois foi reeleito para a posição nas eleições de 1998, 2002 e 2006. Durante esse período, Temer assumiu a presidência da Câmara dos Deputados entre 1997 e 2001 e entre 2009 e 2010.

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Temer na presidência do Brasil

Em 2010, Temer licenciou-se da posição de deputado federal, porque as negociações entre o seu partido e o Partido dos Trabalhadores (PT) levaram à definição de que o vice-presidente da chapa petista seria ocupada por um político do PMDB. O PT estava disputando sua manutenção na presidência do país.

Em eleições passadas, Temer havia apoiado adversários do PT na disputa pela presidência, mas como era um importante quadro do PMDB e um negociador habilidoso, acabou sendo lançado à posição de vice-presidente, formando chapa com Dilma Rousseff, ministra de Lula que foi escolhida como sucessora do então presidente do Brasil.

Naquela eleição, Dilma e Michel Temer conquistaram 56,05% dos votos válidos no segundo turno e foram eleitos presidente e vice-presidente do Brasil, derrotando José Serra (PSDB). No primeiro mandato, destaca-se a pouca relevância de Temer, que atuou apenas em negociações na relação entre PT e PMDB e em viagens diplomáticas ao exterior.

Em 2014, Dilma Rousseff e Michel Temer se candidataram para a reeleição e, mais uma vez, eles foram eleitos, mas dessa vez em uma disputa bem mais apertada. Nessa eleição, eles conquistaram apenas 51,64% dos votos válidos, vencendo seu opositor, o político mineiro Aécio Neves, candidato pelo PSDB.

A impopularidade de Dilma Rousseff contribuiu diretamente para que a relação dela com Michel Temer se modificasse radicalmente. O governo de Dilma foi abalado pela crise econômica e também por uma forte crise política, marcada pela impopularidade da presidente e pela perda de apoio parlamentar, o que se deu em parte por causa do interesse político em interromper investigações que aconteciam no momento e que contavam com o apoio de Dilma.

Temer foi autorizado a realizar negociações para manter o apoio do PMDB a Dilma Rousseff, mas não obteve sucesso. Logo, PMDB e PT acabaram rompendo, e Temer tornou-se parte da conspiração que articulou o impeachment de Dilma Rousseff. Seu impeachment foi concretizado em agosto de 2016, um acontecimento entendido como um golpe parlamentar.

O então vice assumiu oficialmente a presidência do Brasil, e seu governo ficou marcado pela adoção de uma série de medidas de austeridade econômica, com destaque para a reforma trabalhista, que retirou direitos dos trabalhadores, e o teto de gastos, que estabeleceu um limite para os gastos públicos.

O presidente também foi protagonista de um grande escândalo de corrupção em que supostamente se envolvia em um esquema de compra do silêncio de Eduardo Cunha, o arquiteto do impeachment de Dilma, detido em 2016 e condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em 2017.

Michel Temer foi pressionado pela opinião pública a renunciar, mas não o fez e se sustentou no poder graças ao apoio que possuía no Congresso Nacional. No final, Temer entregou o seu governo com uma rejeição social elevada e tornou-se uma figura extremamente impopular na política. Cogitou candidatar-se à reeleição, mas não tinha apoio político para isso e, em 2019, passou a presidência para Jair Bolsonaro, eleito presidente em 2018.

Poemas de Michel Temer

Além de sua reconhecida carreira como advogado e como político no país, Michel Temer também é escritor. Ele possui livros de direito e um livro de poemas chamado Anônima intimidade. Alguns poemas de Michel Temer, presentes na obra, estão dispostos a seguir:

Entrelinhas
As linhas não valem.
Valem as entrelinhas.
São as que leio.
Quando escrevem.
Ou quando falam.
Nas linhas, a máscara.
Entre elas, a verdade.

A carta
Leu.
Releu.
Não entendeu.
Mas compreendeu.
Tanto escreveu
Só para dizer 
"Adeus".

Assintonia
Falta-me tristeza.
Instrumento mobilizador
Dos meus escritos.
Não há tragédia
À vista.
Nem lembranças
De tragédias passadas.
Nem dores no presente.
Lamentavelmente
Tudo anda bem.
Por isso
Andam mal
Os meus escritos.

Eu
Deificado.
Demonizado.
Decuplicado.

Desfigurado.
Desencantado.
Desanimado.

Desconstruído.
Derruído.
Destruído.

Confissão
Eis-me aqui
Tresloucado pela dor
De não poder revelar
Minha dor para ninguém.

Trajetória
Se eu pudesse,
Não continuaria.

Tempo que passa
Deixo que o tempo passe.
E que os papéis
Percam atualidade.
Superados, rasgo-os.
Também assim
Nas relações.
Deixo que o tempo as consuma.
Exauridas, elimino-as.

Crédito de imagem

[1] Celso Pupo / Shutterstock

Publicado por Daniel Neves Silva
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