Região Centro-Oeste

Região Centro-Oeste é uma das cinco regiões geográficas do Brasil. Nela está localizada a capital do país (Brasília) assim como importantes centros agropecuários.
O Pantanal é um bioma brasileiro localizado na região Centro-Oeste. Constitui-se como uma planície inundável que possui uma elevada biodiversidade.

O Centro-Oeste é uma das cinco grandes regiões geográficas que compõem o Brasil. Ele é formado pelos estados:

  • Goiás (GO)
  • Mato Grosso (MT)
  • Mato Grosso do Sul (MS)
  • Distrito Federal (DF) 

A história da região está ligada ao processo de ocupação do interior do território brasileiro assim como à busca por riquezas de origem mineral. A geografia centro-oestina é formada por áreas de relevo compostas por planaltos e planícies assim como pelos tipos climáticos Tropical e Equatorial.

No que toca aos aspectos humanos, a população do Centro-Oeste é considerada pequena, quando comparada ao total populacional nacional, sendo composta por 16.504.303 habitantes.

A economia da região está baseada nas atividades primárias, com destaque para a agricultura e a pecuária. Já a cultura local representa a união de influências portuguesas e indígenas, seja nas manifestações culturais, como a Cavalhada, seja nas danças folclóricas, como o Siriri.

Leia também: Regiões do Brasil – divisões territoriais de áreas com características particulares

Dados gerais da região Centro-Oeste

  • Estados e capitais:
    - Goiás (GO) – Goiânia 
    - Mato Grosso (MT) – Cuiabá
    - Mato Grosso do Sul (MS) – Campo Grande
    - Distrito Federal (DF) – Brasília
  • Regiões geoeconômicas: Centro-Sul e Amazônia
  • Gentílico: centro-oestino
  • Área territorial: 1.612.000 km² (IBGE, 2019)
  • População: habitantes 16.504.303 habitantes (IBGE, 2020)
  • Densidade demográfica: 8,75 hab./km² (IBGE, 2010)

Geografia da região Centro-Oeste

A região Centro-Oeste está localizada na porção central do território brasileiro, sendo formada por Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Além de fazer limite com todas as outras regiões geográficas do Brasil, o Centro-Oeste faz fronteira com a Bolívia e o Paraguai.

O relevo da região é formado por duas grandes estruturas planálticas (Planalto Central e Planalto Meridional), além da maior planície inundável do mundo, a Planície do Pantanal. No Centro-Oeste estão localizadas importantes formações de chapada, como a Chapada dos Veadeiros e a Chapada dos Guimarães.

Já em relação à hidrografia, as bacias hidrográficas no Centro-Oeste são:

Os principais rios que cortam a região são os rios Paraná, Paraguai, Tocantins e Araguaia.

O clima da região Centro-Oeste é predominantemente Tropical. Possui duas estações bem definidas, sendo uma seca e outra úmida, com ocorrência de precipitações. O principal fator climático que altera o clima no Centro-Oeste é a continentalidade, já que o território da região está localizado na porção central da América do Sul, ou seja, distante de grandes corpos de água. Há na região, ainda, a ocorrência do tipo climático Equatorial, no norte do Mato Grosso.

Já em relação à vegetação, os tipos vegetais presentes no Centro-Oeste são o Cerrado, o Pantanal e uma pequena faixa de Floresta Amazônica.

História da região Centro-Oeste

A história do Centro-Oeste, assim como das demais regiões brasileiras, está atrelada ao processo de colonização do Brasil por Portugal. Em razão da sua localização geográfica, o Centro-Oeste foi uma das últimas regiões geográficas do Brasil exploradas pelos portugueses. Os primeiros registros de exploração do território centro-oestino foram por meio das incursões dos bandeirantes, que partiram de São Paulo em busca de jazidas minerais de alto valor econômico, como o ouro.

A descoberta desses minerais potencializou a instalação dos primeiros núcleos urbanos da região, como as cidades de Goiás (GO) e Cuiabá (MT). Além do fator econômico, a preocupação dos portugueses com a proteção do território e a delimitação de fronteiras com os países vizinhos resultaram na criação de núcleos urbanos atrelados a instalações militares, como a cidade de Corumbá (MS).

No final do século XIX e no início do século XX, houve um aumento do processo de ocupação da região e da criação de novos centros urbanos de pequeno porte. Nesse período, destacou-se a criação de linhas de telégrafo, utilizadas para comunicação, assim como de linhas de transporte, como a ferrovia Novoeste, entre São Paulo e Mato Grosso do Sul.

O crescimento da região também foi fundamentado no incentivo governamental em nível federal e estadual, como a instalação de colônias de povoamento. A criação de duas cidades planejadas ao longo do século XX, Goiânia e Brasília, também contribuiu para o desenvolvimento econômico e demográfico da região. Na atualidade, o principal motor econômico do Centro-Oeste são as atividades ligadas ao agronegócio, que contribuem diretamente para o crescimento da região e, ainda, para a transformação do território centro-oestino.

Veja também: Tocantins – estado que fazia parte do território goiano

Mapa do Centro-Oeste

Fonte: IBGE.

Demografia do Centro-Oeste

A população do Centro-Oeste é composta por 16.504.303 habitantes. O estado mais populoso da região é Goiás. Já o estado com a menor população absoluta é o Mato Grosso do Sul. No que toca à população relativa, o Distrito Federal apresenta a maior densidade demográfica; já Mato Grosso, em razão da grande área territorial, apresenta o menor valor de densidade demográfica. A tabela a seguir foi elaborada com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e apresenta a população (2020) e a densidade demográfica (2010) dos estados que formam o Centro-Oeste.

Estados

População absoluta

Densidade demográfica

Goiás

7.113.540 habitantes

17,65 hab./km²

Distrito Federal

3.055.149 habitantes

444,07 hab./km²

Mato Grosso

3.526.220 habitantes

3,36 hab./km²

Mato Grosso do Sul

2.809.394 habitantes

6,86 hab./km²

Fonte: IBGE.

Com relação à população absoluta centro-oestina, a região apresenta pequenos valores absolutos quando comparada às demais regiões geográficas do Brasil. No entanto, há um crescimento populacional representativo, em especial, por meio de movimentos de migração interna.

Conforme estimativas do IBGE (2020), as cidades de Brasília (DF) e Goiânia (GO) são as duas maiores da região, ambas com mais de um milhão de habitantes. As capitais de Mato Grosso, Cuiabá, e de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, possuem mais de meio milhão de habitantes, assim como a cidade de Aparecida de Goiânia (GO).

Economia da região Centro-Oeste

A economia do Centro-Oeste está altamente concentrada nas atividades primárias, sendo que a região é a principal produtora de grãos do país, com destaque para a soja. Além desse produto, a agricultura centro-oestina está baseada no cultivo de algodão, sorgo, milho, feijão, cana-de-açúcar, tomate e girassol. Já a pecuária está voltada para a criação de rebanhos bovinos, além das práticas de suinocultura e de avicultura. Por sua vez, no extrativismo, destacam-se a produção de madeira e a extração mineral, que se concentra na exploração de níquel, ferro e ouro.

O setor secundário está amparado principalmente nas atividades primárias. Desse modo, as agroindústrias, que beneficiam os produtos primários, compõem o quadro industrial do Centro-Oeste. Nesse cenário, destacam-se a produção de ração, insumos agrícolas, alimentos, laticínios e celulose. Contudo, em alguns pontos da região, como as cidades Anápolis (GO) e Catalão (GO), a atividade industrial está voltada para ramos como o farmacêutico e o automobilístico.

Por fim, o setor terciário é formado pelas atividades de comércio, em especial, nos grandes centros urbanos da região. O funcionalismo público também é um importante gerador de riquezas para a região, com destaque para a cidade de Brasília (DF). Além disso, o turismo é muito importante para a economia de algumas regiões do Centro-Oeste, como o ecoturismo na cidade de Bonito (MS) e em todo o Pantanal, e também o turismo histórico e religioso, recorrente em cidades do interior de Goiás.

Na região Centro-Oeste do Brasil predominam as atividades ligadas ao setor primário da economia, como a agricultura e a pecuária.

Cultura da região Centro-Oeste

A cultura do Centro-Oeste sofreu influências das diferentes matrizes culturais que formaram a população brasileira. No que toca à produção de artesanato, são muito utilizados elementos como a madeira e o barro para a confecção de objetos e peças em cerâmica. Além disso, trabalhos manuais realizados por tecelãs são muito valorizados na região. Por sua vez, os alimentos básicos da culinária local são o milho, a mandioca e o arroz. É prato típico do Centro-Oeste o arroz com pequi, além dos bolinhos de arroz e mandioca.

As principais festas folclóricas da região são a Cavalhada e a Procissão do Fogaréu. Elas representam a influência da colonização portuguesa e das práticas religiosas cristãs na formação cultural da região. Já em relação às danças e manifestações artísticas, elas apresentam elementos portugueses e indígenas, sendo as duas principais: a dança do Siriri, que tem sua origem ligada às tradições religiosas locais; e, ainda, o Cururu, dança praticada por homens. Em ambas as manifestações, são utilizados instrumentos musicais típicos da região, como a viola e o ganzá.

Exercícios resolvidos

Questão 1 – (Enem)

O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente receptivo aos novos fenômenos da urbanização, já que era praticamente virgem, não possuindo infraestrutura de monta, nem outros investimentos fixos vindos do passado. Pôde, assim, receber uma infraestrutura nova, totalmente a serviço de uma economia moderna.

SANTOS, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: EdUSP, 2005 (adaptado).

O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O processo econômico diretamente associado a essa ocupação foi o avanço da

A) industrialização voltada para o setor de base.

B) economia da borracha no sul da Amazônia.

C) fronteira agropecuária que degradou parte do Cerrado.

D) exploração mineral na Chapada dos Guimarães.

E) extrativismo na região pantaneira.

Resolução

Alternativa C. O avanço da fronteira agropecuária no Centro-Oeste, caracterizado pela instalação de atividades agrícolas e pecuárias, como a plantação de soja e a criação de pastos, provocou a degradação da vegetação de Cerrado. Este é o principal tipo vegetacional do Centro-Oeste e, apesar da sua importância ambiental e biológica, apresenta um elevado nível de desmatamento.

Questão 2 – (Mackenzie 2017) O Pantanal mato-grossense constitui-se como uma das mais importantes paisagens vegetais do mundo, entre outras razões, devido à sua biodiversidade e características únicas. Sendo assim, assinale a alternativa que indique corretamente uma característica desse ambiente.

A) O Pantanal ocupa um vasto planalto cristalino de inundação com altitudes que podem variar entre 600 m e 900 m na maior parte de sua área.

B) Os índices de devastação do Pantanal estão entre os mais elevados do país, perdendo apenas para os da Floresta Amazônica, ambos superiores a 80% de suas áreas de cobertura original.

C) Os índices de pluviosidade são inferiores aos verificados na maior parte da região Centro-Oeste. As inundações periódicas justificam-se mais pela topografia da bacia do rio Paraguai do que propriamente pelo volume das chuvas, concentradas no verão.

D) A região do Pantanal tem sido amplamente explorada pelos cultivos de soja, trigo e pela criação intensiva de gado bovino. Devido às suas elevadas altitudes, grandes quantidades de agrotóxicos aplicadas na região se deslocam para as áreas de chapadas do Cerrado brasileiro.

E) A conservação ambiental do Pantanal atende aos diferentes interesses dos governos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, países que compartilham esse rico ecossistema. Contudo, a facilidade de acesso e de ocupação com atividades agropecuárias tradicionais tem contribuído para a degradação desse ambiente.

Resolução

Alternativa C. O relevo do Centro-Oeste é formado por dois grandes planaltos (Planalto Central e Planalto Meridional), além da Planície do Pantanal. Desse modo, a precipitação nas regiões de planalto provoca o aumento da vazão dos rios da região, sendo que esses rios desembocam no Pantanal, aumentando o volume de água na planície pantaneira. 

Publicado por Mateus Campos
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