Amapá

O Amapá é um dos estados do Brasil e situa-se no extremo norte do território. Integra a Região Norte, onde faz divisa com o Pará e com dois países: Guiana Francesa e Suriname. O clima amapaense é o equatorial úmido, e sua cobertura vegetal é formada por florestas, vegetação litorânea e algumas áreas de cerrado. O estado possui uma vasta rede fluvial, o que proporciona a utilização dos rios como vias de transporte.

A economia do Amapá é liderada pelo setor terciário, seguido pelas atividades extrativistas, com destaque para:

  • minérios, como o ouro;
  • frutas, como o açaí;
  • madeira.

Considerando o aporte de infraestrutura, o Amapá tem enfrentado sérios problemas em sua malha viária e, mais recentemente, no setor energético.

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História do Amapá

O Amapá tornou-se oficialmente um estado no ano de 1988, quando adquiriu autonomia a partir das disposições estabelecidas pela nova Constituição Federal, promulgada naquele mesmo ano. Seu primeiro governador tomou posse em 1990.

A área onde se situa o Amapá, no entanto, teve sua primeira ocupação por parte dos colonizadores portugueses ainda no século XVII. Em 1637, sob o nome de capitania da Costa do Cabo Norte, o território foi cedido ao bispo português Bento Manuel Parente. Entre o final do século XVII e o século seguinte, a capitania foi alvo de disputas entre ingleses, holandeses e franceses pela posse do território, que não saiu dos domínios portugueses.

Entre 1900 e 1943, o Amapá encontrava-se anexado ao Pará, passando depois para o domínio federal, mas sem dispor, ainda, de autonomia política. Somente quatro décadas depois, o Amapá  tornou-se a Unidade de Federação como hoje conhecemos.

Dados gerais do Amapá

  • Região: Norte.
  • Capital: Macapá.
  • Governo: Waldez Goés (2018-2022) e vice-governador Jaime Nunes.
  • Área territorial: 142.470,762 km². (IBGE, 2019).
  • População: 861.773 habitantes. (IBGE, 2020)
  • Densidade demográfica: 4,69 hab/km². (IBGE, 2010)
  • Fuso: GMT - 3 horas (Horário Padrão de Brasília).
  • Clima: equatorial úmido.
Bandeira do estado do Amapá.

Geografia do Amapá

O estado do Amapá está localizado na região Norte do Brasil. Limita-se:

Toda a sua porção sul delimita-se com o Pará, sendo separados pelo rio Amazonas no sudeste amapaense.

A Linha do Equador corta o estado do Amapá ao sul, passando pela sua capital, Macapá. O Marco Zero é o monumento construído no município para demarcar a passagem do paralelo de 0º, tornando-se um importante ponto turístico.

  • Clima do Amapá

No Amapá, há predominância do clima equatorial ou equatorial superúmido, tendo como principais características a elevada umidade do ar e um intenso regime pluviométrico, com volumes de até 2.500 mm na maior parte do território. As chuvas no estado estão diretamente relacionadas com os ventos alísios, visto que o território amapaense está na área de ocorrência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).

As temperaturas são elevadas durante todo o ano, girando em torno de 20 a 36º C. Por conta da distribuição das chuvas e da amplitude térmica, pode-se dizer que o clima no Amapá possui duas estações bem definidas: verão e o inverno.

Veja também: Qual é a diferença entre tempo e clima?

  • Vegetação do Amapá

O Amapá está inserido no bioma Amazônia e, por isso, a maior parte da cobertura vegetal do estado corresponde às florestas tropicais, divididas em floresta de terra firme e floresta de várzea. O litoral do estado possui uma cobertura bastante característica, como os manguezais. Além disso,  podem-se observar áreas conservadas com vegetação típica de Cerrado.

O estado destaca-se pela grande presença de áreas de proteção ambiental, reservas e estações ecológicas voltadas à preservação da biodiversidade local, tendo 72% do seu território sob esses domínios. Algumas das principais são: as Florestas Estadual e Nacional do Amapá e o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque. Ao todo, possui 19 unidades de conservação.

  • Relevo do Amapá

O terreno onde está situado o Amapá é pouco acidentado e predominantemente plano. De acordo com a classificação de Jurandyr Ross, o estado encontra-se na área de dois domínios:

  • Depressão Norte-Amazônica,
  • Planaltos Residuais Norte-Amazônicos.

Na classificação de Ab’Sáber:

  • o oeste do Amapá encontra-se no Planalto das Guianas,
  • na porção leste predominam as planícies e terras baixas amazônicas.

A maior altitude do estado é a Serra do Tumucumaque, com 710 metros.

  • Hidrografia do Amapá

O estado do Amapá está inserido na Região Hidrográfica Amazônia. Sua ampla rede hidrográfica é utilizada como via de transporte e desempenha também importante papel econômico para a população amapaense.

Ao todo, o estado é dividido em 21 bacias hidrográficas, sendo as maiores:

  • a bacia do Rio Araguari, com 42.711 km²,
  • a bacia do rio Jari com 32.166 km².

Além dos rios principais das bacias mencionadas, o rio Oiapoque é o terceiro maior do estado e separa o território amapaense da Guiana Francesa. O rio Amazonas também faz as vezes de linha fronteiriça no sul do estado, na divisa com o Pará.

O transporte hidroviário é um dos meios utilizados para os deslocamentos no Amapá.

Demografia do Amapá

O Amapá conta com uma população de 861.773 pessoas, a segunda menor entre os estados brasileiros, de acordo com as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Censo de 2010, a população amapaense era de 669.526 habitantes. A taxa de crescimento demográfico foi de 2% entre 2010 e 2020, superior à do Brasil. Sua densidade demográfica é de 4,69 hab/km², ficando na 23ª posição no ranking nacional.

A população do Amapá distribui-se em 16 municípios, sendo o mais populoso Macapá, a capital, com 512.902 habitantes. A taxa de urbanização do estado é de 89,7%.

No geral, o Amapá possui uma população jovem, concentrando-se abaixo da faixa etária que vai dos 30 aos 34 anos. O estado registrou, em 2019, uma expectativa de vida de 74,7 anos, ficando abaixo da média brasileira. Por outro lado, possui uma das mais altas taxas de natalidade do país.

Mapa do Amapá

Mapa do estado do Amapá, na Região Norte do Brasil. Fonte: IBGE.

Acesse também: Mapa do Brasil – representação cartográfica do território brasileiro

Divisão geográfica do Amapá

O Amapá é dividido em duas mesorregiões: Norte do Amapá e Sul do Amapá. Cada uma delas  divide-se em duas microrregiões, listadas abaixo com seus respectivos municípios.

  • Oiapoque:

• Calçoene
• Oiapoque

  • Amapá:

• Amapá
• Pracuúba
• Tartarugalzinho

  • Macapá:

• Cutias
• Ferreira Gomes
• Itaubal
• Macapá
• Pedra Branca do Amapari
• Porto Grande
• Santana
• Serra do Navio

  • Mazagão:

• Laranjal do Jari
• Mazagão
• Vitória do Jari

Economia do Amapá

O Produto Interno Bruto (PIB) do Amapá era de R$ 15,48 bilhões em 2017, o equivalente a 0,2% do PIB do país para o mesmo período, e figurava entre as menores economias estaduais do Brasil.

A maior parcela do PIB amapaense é formada pelo setor terciário, com participação superior a 80%. Em segundo lugar vem a indústria, da qual se destacam os setores de serviços essenciais para a população (energia, por exemplo), a indústria de construção civil e a indústria de transformação, como de alimentos e madeireira.

No setor primário, as principais atividades econômicas desenvolvidas são as extrativistas. O extrativismo vegetal é liderado pelo açaí, seguido pela castanha-do-pará, carvão vegetal e madeira|1|. O ouro é um dos principais produtos do extrativismo mineral do Amapá, sendo também o carro-chefe das exportações. Além dele, extrai-se minério de ferro e manganês.

A atividade agrícola tem pouca participação na composição do PIB do estado. Dentre os principais cultivos estão a mandioca e o arroz. Mais recentemente, a soja vem ganhando espaço na agricultura amapaense. Destaca-se também a piscicultura e a pecuária bovina.

O açaí é líder do extrativismo vegetal no estado do Amapá.

Governo do Amapá

O poder executivo do Amapá é chefiado pelo governador Antônio Waldez Góes da Silva, eleito no ano de 2018 para exercer mandato de 4 anos, com vice-governança de Jaime Nunes. O estado conta também com 3 senadores, 8 deputados federais e 24 deputados estaduais.

Infraestrutura do Amapá

A infraestrutura de transportes do Amapá dispõe de 4 rodovias estaduais e 2 rodovias federais, sendo estas:

  • BR-156, que se estende do município de Oiapoque, no extremo norte do estado, ao município de Laranjal do Jari, no sul,
  • BR-210, que vai de Roraima a Porto Grande e Macapá.

O estado dispõe ainda 4 aeroportos e do Porto de Macapá, atualmente Porto de Santana.

A rede rodoviária do Amapá apresenta uma série de problemas estruturais que trazem prejuízos à sua população e refletem diretamente na economia do estado. Longos trechos sem pavimentação, problemas de escoamento da água e pontes de madeira com a estrutura comprometida são os maiores desafios enfrentados.

Em 2020, o setor energético apresentou-se como outro grande gargalo infraestrutural com o blackout ocorrido no mês de novembro. Apenas uma linha de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN) abastece o Amapá|2|, e um incêndio em um transformador deixou 13 municípios sem eletricidade desde o dia 3 de novembro. 2 usinas termelétricas foram acionadas para controlar a crise que se instalou, fornecendo energia no sistema de rodízio. O restabelecimento integral da energia foi feito em 24 de novembro|3|.

Leia também: Como se caracteriza a matriz energética brasileira?

Cultura do Amapá

O tacacá é um dos pratos típicos do Amapá.

A cultura do Amapá tem suas origens na junção de manifestações culturais das populações indígena, africana e também dos colonizadores portugueses, cujos traços se apresentam fortemente nas danças, na gastronomia e nas festas típicas do estado.

O Marabaixo é uma das principais manifestações de cunho religioso do Amapá, originando-se a partir dos costumes africanos e europeus. Consiste no encontro da dança com a louvação ao Espírito Santo e à Santíssima Trindade.

Na gastronomia, o Amapá destaca-se com os pratos à base de peixes e frutos do mar, como o tacacá, a maniçoba e o camarão no bafo. Algumas das frutas locais são o açaí, tucumã, mari, uxi e cupuaçu. Uma das bebidas típicas do estado é a gengibirra, feita com gengibre.

Notas

|1| Com movimento de R$ 5,3 milhões, AP extraiu mais de 2,8 mil toneladas de açaí em 2018. G1 Amapá, 03 junho 2019. (Clique aqui e acesse)
|2| Apagão no Amapá expõe fragilidade no fornecimento de energia. Jornal da USP, 27 nov. 2020. (Clique aqui e acesse)
|3| Amapá volta a ter 100% de energia após 22 dias de apagão. UOL Cotidiano, 24 nov. 2020. (Clique aqui e acesse)

Publicado por Paloma Guitarrara

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